Dois homens-bomba detonaram explosivos num restaurante no centro da capital da Somália, Mogadíscio, causando a morte de pelo menos 15 pessoas, esta Quinta-feira (20), disseram testemunhas.
O ataque acontece uma semana após os militantes terem feito um atentado cujo alvo era o presidente recém-eleito do país.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pela acção. No entanto, as suspeitas recaem sobre o grupo militante islâmico Al Shabaab, que vem promovendo uma campanha de atentados suicidas desde que retirou-se da capital, ano passado, durante uma ofensiva militar.
“Até o momento confirmamos 15 mortos, incluindo dois jornalistas locais e dois policiais”, disse à Reuters o porta-voz da polícia, general Abdullahi Barise, chefe do departamento de investigações criminais.
“Ainda estamos a contar os feridos. Eles foram levados às pressas para vários hospitais.” Depois das explosões, um fotógrafo da Reuters disse ter visto vários corpos, bem como as cabeças decapitadas dos dois homens-bomba.
Poças de sangue cobriam o chão do restaurante, de propriedade do conhecido empresário somali Ahmed Jama, que retornou de Londres para o seu país com a finalidade de fazer negócios, apesar das advertências de alguns amigos.
“Os meus parentes para os quais criei empregos morreram. Os meus clientes morreram. Todas pessoas inocentes. Não posso contá-los, os seus corpos mortos estão diante de mim”, afirmou Jama, bastante abalado.
A eleição do presidente Hassan Sheickh Mohamud, semana passada, foi considerada por seus partidários como um voto pela mudança num país mergulhado em conflito há mais de duas décadas.
No entanto, apenas dois dias depois da eleição, os homens-bomba atacaram um hotel onde ele estava a dar uma entrevista à imprensa. Oito pessoas morreram, mas Mohamud não ficou ferido.