O governo moçambicano pretende baixar para 20 por cento, até 2020, os níveis de desnutrição crónica, responsável por um terço da mortalidade infantil registada, anualmente em todo o país. Para o efeito, o Conselho de Ministros reunido, terça-feira, em Maputo, na 34ª Sessão Ordinária aprovou um Plano Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica em Moçambique, para o período 2010/20.
O plano define sete objectivos estratégicos, mas a meta é reduzir os actuais níveis de desnutrição, calculados em 44 por cento, para 30 em 2015 e 20 por cento em 2020.
Alberto Nkutumula, porta-voz do governo e Vice-Ministro da Justiça, disse que o plano multissectorial tem como objectivos estratégicos melhorar o estado nutricional dos adolescentes no país, sobretudo as crianças com menos de cinco anos, melhorar a saúde e a nutrição das mulheres, o acesso e o consumo de alimentos.
O Executivo espera, segundo Nkutumula, reduzir os casos de gravidez precoce, as anemias em mulheres grávidas, baixar o número de recém-nascidos com peso abaixo da média (2.5 quilos) e também aumentar o número de mulheres que dão aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida.
“Este é um plano geral e, com base no mesmo, serão aprovados outros planos anuais e multissectoriais para efectivar este grande objectivo, que é reduzir a desnutrição crónica em 20 por cento até ao ano de 2020′ ressaltou Nkutumula.
A desnutrição crónica tem várias causas, entre elas a dificuldade de acesso à água e ao saneamento, a insegurança alimentar, a maternidade precoce, as diarreias, a malária, as infecções respiratórias, bem como a fraca cobertura dos programas de vacinação.
As consequências deste problema de saúde pública são diversificadas e entre elas pode-se destacar o alto risco de contracção de doenças infecciosas, um maior risco de contracção de doenças degenerativas, diminuição da capacidade de trabalho, até mesmo a morte.