Grande da população moçambicana ainda sem acesso à energia eléctrica e ao precioso líquido, por exemplo, não vai beneficiar desses e outros serviços até 2019, altura em que cessa o mandato do actual Governo, cujo Presidente prometeu ver aos seus compatriotas uma vida melhor “num país cada vez mais iluminado, muito para além das sedes distritais, com fontes de energia diversificadas, com mais acesso à água potável e a infraestruturas de saneamento…”.
Em Moçambique, segundo dados do Executivo na Proposta do Plano Económico e Social (PES) apenas 45,3% dos habitantes têm energia eléctrica e espera-se que até ao fim de 2015 o número de beneficiários aumente para 47%, o que significa que a electricidade ainda será um luxo para milhares de moçambicanos, a par do que vai acontecer com a água potável, que neste momento só beneficia 64% da população.
Este é um dos sinais de que entre os números que têm sido propalados pelo Governo e o tipo de vida que os residentes das províncias levam, mormente das zonas ruais, em relação à electrificação e construção de furos de água, há uma distância abismal.
Por um lado, se em 40 anos de governação atingiu-se esta percentagem, fica claro que nenhuma varinha mágica vai fazer com que os mais de 24 milhões de moçambicanos, cujo número aumenta de ano para ano, tenham um acesso eficaz a estes serviços básicos até 2019.
Por outro, nos próximos 40 anos, em 2055, é que, talvez, efectivamente o país estará completamente iluminado e com mais gente a beneficiar de água potável e um saneamento do meio com qualidade.
Em 2015, o Executivo espera efectuar 100 mil novas ligações e electrificar sete sedes distritais, sendo quatro na Zambézia (Luabo, Muelevala, Mulumbo e Dere) e dois em Tete (Marara e Doa) e um em Manica (Macate), bem como seis postos administrativos e vilas a partir de sistemas solares, nomeadamente Machubo, Calanga, Napulanguene e Pajane (Maputo), Machulane, Thevene e Nguezene (Gaza) e Chinamacondo, Muziwagungune e Condzo (Sofala).
No seu PES, o Governo promete ainda assegurar qualidade no fornecimento da corrente eléctrica, a qual tem sido deveras baixa em muitas zonas do vasto território moçambicano, incluindo nos centros urbanos.
Ainda ao longo deste ano, serão construídas 1.210 fontes de água “dispersas nas zonas rurais e reabilitação de outras 720. Nas zonas urbanas serão efectuadas 45 mil ligações domiciliárias e construídos 43 fontanários públicos”, de acordo com o PES para 2015, que indica, também, a realização de reabilitação de 18 sistemas de abastecimento de água na cidade e província de Maputo, em Gaza, Sofala, Tete, Zambézia, Cabo Delgado e Niassa.
Na saúde, outro sector cujos serviços ainda não abrangem grande parte dos moçambicanos, as autoridades planificam concluir a edificação de 18 centros de saúde do tipo dois, dos quais cinco em Nampula (Mossuril, Mecubúri, Nacaroa e Muecate), igual número na Zambézia (Ile, Gilé, Gurúè e Milange), seis em Tete (Mágoe, Marávia, Moatize, Changara, Angónia e Macanga), um em Gaza (Chókwè) e um em Cabo Delgado (Pemba).
Estão previstas outras obras nesta área, incluindo os hospitais Geral de Nampula, Provincial de Inhambane e de Lichinga.