Ataques com bombas e disparos de morteiro nas áreas muçulmanas xiitas de Bagdad e no entorno rural ao sul da capital mataram pelo menos 47 pessoas, esta quinta-feira (16), e feriram 123, disseram os integrantes da polícia e dos serviços médicos.
Uma figura política xiita do Iraque disse que os ataques, que fazem parte de uma onda de violência nos bairros xiitas nas últimas semanas, foram uma revanche do grupo militante sunita Estado Islâmico, que tem tomado o controle de partes do norte do Iraque.
O braço da Al Qaeda enfrenta milícias xiitas e soldados leais ao governo iraquiano liderado por xiitas, numa tentativa de estabelecer um califado nos territórios do Iraque e da vizinha Síria, onde também já conquistou porções de terra.
Um carro-bomba com um suicida atingiu um posto militar perto de um restaurante no bairro de Talibiya, no norte de Bagdad, às 14h30, matando nove pessoas, disseram as autoridades. Quarenta e cinco minutos depois, dois carros-bomba explodiram no distrito de Al-Dawlai, no oeste de Bagdad, matando 16 pessoas e ferindo 35.
Alguns minutos depois, cinco disparos de morteiro atingiram o bairro vizinho de Al-Shaoula, matando mais cinco. Um carro-bomba explodiu no distrito vizinho de Hurriya, matando seis, e três pessoas também morreram numa explosão de bomba num bairro da classe trabalhadora de Allawi.
“Eles (Estado Islâmico) estão a fazer uma declaração para os xiitas lutando contra eles… Podemos alvejá-los nas suas casas”, disse Kareem al-Noori, da Organização Badr, um poderoso partido político xiita com um braço armado.
A violência também atingiu áreas ao sul de Bagdad, uma região de etnia mista que costuma ser uma frente de batalha na guerra entre jihadistas sunitas e o governo liderado por xiitas. No distrito de Mahmudiyah, um carro-bomba matou 6 e feriu 18 pessoas, enquanto uma bomba matou três soldados iraquianos numa patrulha em Madain.