Quatro jogadores da seleção líbia de futebol e outros 13 jogadores líbio uniram-se aos rebeldes, num golpe para o governo de Muammar Khaddafi, disse este sábado uma autoridade rebelde no leste da Líbia.
Khaddafi já enfrentou uma série de deserções de autoridades e diplomatas, mas vem resistindo aos esforços dos rebeldes, apoiados pela campanha de bombardeios da NATO, para derrubá-lo após décadas no poder.
Abdel Hafiz Ghoga, vice-presidente do conselho rebelde, disse que jogadores de futebol estavam em contato com líderes da insurgência em Benghazi, e estavam hospedados na vizinha Tunísia. “É um reflexo direto das opiniões e dos sentimentos do povo em toda a Líbia. Esses 17 membros estavam a viajar para o Mali quando declararam a sua deserção”, afirmou. “Isso não é apenas simbólico, mas também é muito importante. (Mostra) que quando uma pessoa é capaz de se libertar para anunciar sua deserção, ela o faz. Há muitos que não conseguem fazer isso.”
Juma Gtat, guarda-redes da seleção, e Adel bin Issa, técnico do principal clube de Trípoli al-Ahly, anunciaram as suas deserções nas montanhas de Nafusa, controlada pelas forças rebeldes, no oeste da Líbia, segundo a BBC. “Estou a dizer ao coronel Khaddafi para que nos deixe em paz e nos permita criar uma Líbia livre”, disse Gtat em um hotel na cidade de Jadu. “Na verdade, eu gostaria que ele deixasse essa vida de uma vez por todas.” Bin Issa disse à BBC que decidiu ir às montanhas no oeste do país “para enviar uma mensagem de que Líbia deve ser unificada e livre”. E acrescentou: “espero acordar um dia e descobrir que Khaddafi não está mais lá.”
A seleção Líbia de futebol integra o Grupo C de qualificação para o Campeonato Africano das Nações de 2012, juntamente com as seleções de Moçambique, Zâmbia e Comores, e ocupa a segunda posição do Grupo.