Seis indivíduos munidos duma pistola e armas brancas, entre as quais catanas, feriram gravemente, na noite de Sábado, três pessoas residentes no bairro 23 de Setembro (vulgarmente conhecido por Changanane) e na praça dos Heróis Moçambicanos, em Lichinga, capital provincial do Niassa.
As vítimas são Issufo Mustafa (e a esposa deste, não identificada) e Romeu Romão. Os dois homens, por sinal amigos, são vendedores no mercado central de Lichinga, sendo o primeiro residente em Changanane e o segundo na zona da praça dos Heróis Moçambicanos.
Tanto num caso como noutro, os crimes foram praticados nas respectivas residências. Interpelado, Domingo, no Hospital Provincial de Lichinga, onde encontra-se internado, mas já fora de perigo, Issufo Mustafa, de 35 anos, disse que, do grupo de seis assaltantes, todos mascarados, dois introduziram-se no interior da sua casa, onde com recurso a instrumentos contundentes desferiram-lhe golpes em várias partes do corpo, incluindo na cabeça.
“Para além de mim, os criminosos feriram também a minha esposa. Era cerca da meia noite de Sábado. Exigiram-me dinheiro, acabei entregando os 1.500 meticais de que dispunha na altura”, contou.
A esposa, depois de tratada, regressou à casa. Mustafa referiu que, depois do assalto, fez um telefonema para o seu amigo Romeu Romão, para dar conta da ocorrência, longe de saber que os malfeitores iriam justamente a seguir à casa deste.
“Ele disse-nos que, por ser já relativamente tarde, o melhor seria irmos logo ao banco de socorros. Mas qual não foi o nosso espanto quando, chegados ao hospital, o encontramos também ferido, pelo mesmo grupo de malfeitores”, explicou.
Por sua vez, Romeu Romão contou que os bandidos escalaram a sua residência por volta das três horas da madrugada, já de domingo. Disse que primeiro atiraram pedras para a sua porta, após o que a forçaram. Já no interior da residência, os criminosos terão enfrentado a forte resistência do dono da casa, mas, dado que eram muitos, acabaram por dominar Romeu.
“Bateram-me com ferros na cabeça e apoderaram-se de 90 mil meticais. Um deles, apesar de estar mascarado, trazia uma pistola e um boné da Polícia”, afirmou a vítima do assalto.
Contou que, quando gritou pedindo socorro, o bandido que trazia a pistola disparou dois tiros para o ar. Não conseguimos obter ontem a versão policial destes casos.
Entretanto, Deolindo Arrijama, director do Hospital Provincial de Lichinga, disse à Reportagem do O Planalto que, em termos clínicos, os dois cidadãos encontram-se fora de perigo, “apesar da vítima Issufo Mustafa estar relativamente grave. Ele teve um golpe violento, que resultou numa ferida profunda na cabeça”.
Refira-se que esta é a segunda vez, no espaço de um mês, que bandidos ainda a monte usam armas de fogo para assaltar residências na cidade de Lichinga. Em Dezembro, foi assassinado em Lichinga um cidadão que se dedicava à venda de calçados usados no mercado de Chiuaula.