O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que acabar com “terroristas” deve ter prioridade sobre qualquer solução política para a crise no seu país, diminuindo a expectativa para uma conferência internacional de paz prevista para ocorrer em breve.
Falando em Damasco, Assad elogiou os recentes ganhos obtidos por suas forças militares em todo o país e disse que a Síria pode acabar com a insurgência “dentro de meses”, se as pessoas lutarem com o Exército através de uma “guerra popular”.
“Como podemos colocar um fim a esta batalha e virar a mesa sobre os outros e restaurar a segurança e estabilidade?… É através desta forma (guerra popular)… a união entre o Exército e as pessoas termina o terrorismo.”
Assad tem enfrentado há mais de dois anos uma revolta contra o seu governo, num conflito que se transformou numa guerra civil. Depois de verem a derrota de perto, as suas forças – apoiadas por militantes do Hezbollah libanês – empurraram os rebeldes para fora da capital e avançaram na província central de Homs e noutras áreas.
Estados Unidos, Rússia e ONU ainda trabalham para convocar uma reunião em Genebra entre representantes do governo sírio e grupos de oposição para mediar um acordo de paz.
A Rússia é aliada e fornecedora de armas de Assad, e, junto com a China, tem bloqueado várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU propostas pelos Estados Unidos e potências europeias para impor sanções contra o líder sírio. Os diplomatas dizem ser cada vez mais improvável que tal conferência aconteça em breve, se um dia vier a ocorrer de facto.
“O terrorismo e a política são completamente opostos”, disse Assad, cujo governo refere-se a todos os grupos rebeldes e a muitas figuras da oposição como “terroristas”.
“Não pode haver acção política e progresso no campo político enquanto o terrorismo atinge todos os lugares”, disse Assad a líderes religiosos, empresariais e da comunidade artística síria, na noite de domingo, num “iftar”, a refeição para encerrar o jejum durante o mês sagrado muçulmano do Ramadão.
“Nenhuma solução pode ser alcançada com o terror, excepto golpeá-lo com punho de ferro”, acrescentou Assad, em declarações reproduzidas, esta Segunda-feira, pela agência de notícias estatal Sana.