A frustração da Arábia Saudita com a inacção internacional em relação à Síria e aos palestinos levou o reino a cancelar, esta semana, o seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) pela primeira vez na história, disse uma fonte diplomática.
O ministro das Relações Exteriores, príncipe Saud al-Faisal, faria um discurso para a assembleia-geral na tarde da terça-feira. Pelos padrões do maior exportador de petróleo do mundo e berço do Islão, que geralmente expressa os temores diplomáticos apenas em privado, a decisão representou uma declaração de insatisfação inédita.
“A decisão saudita… reflecte a insatisfação do reino com a posição da ONU sobre as questões árabes e islâmicas, principalmente a questão da Palestina, que a ONU não foi capaz de resolver em mais de 60 anos, assim como a crise síria”, disse a fonte.
O reino islâmico conservador é um dos principais defensores dos rebeldes que lutam contra o presidente sírio Bashar al-Assad numa guerra civil que matou mais de 100.000 pessoas em dois anos e meio. Pediu repetidamente à comunidade internacional que intervenha em nome dos rebeldes, a quem fornece armas, e disse que Assad deve ser derrubado porque as forças do governo sírio bombardearam áreas civis.