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Aquecimento global danifica corais vitais para pequenos países-ilha, segundo a ONU

O aquecimento global está a causar trilhões de dólares em danos aos recifes de coral, agravando os riscos para os pequenos países insulares tropicais ameaçados pela elevação do nível do mar, afirma um relatório da ONU divulgado, esta quinta-feira (5).

O aumento do nível do mar para algumas ilhas do Pacífico Ocidental foi de quatro vezes a média mundial, com elevação de 1,2 centímetro por ano de 1993 a 2012 devido a mudanças nos ventos e correntes, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

O estudo, divulgado para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente das Nações Unidas, a 5 de Junho, assinala que o aquecimento das águas do Oceano Índico para o Caribe estava a danificar recifes, matando os animais minúsculos que formam os corais.

“Estas 52 nações, lar de mais de 62 milhões de pessoas, emitem menos de 1 por cento dos gases de efeito estufa globais, mas elas sofrem desproporcionalmente com as mudanças climáticas que as emissões globais causam”, disse Achim Steiner, o director-executivo do Pnuma. “Algumas ilhas podem tornar-se inabitáveis e outras enfrentam a perda potencial da totalidade dos seus territórios”, disse o estudo.

A perda dos corais está a trazer um prejuízo de trilhões de dólares por ano dos serviços proporcionados pela natureza, geralmente considerados gratuitos. Os corais são berçários para muitos tipos de peixes, eles ajudam a proteger as costas de tempestades e tsunamis e também atraem turistas.

Ecossistemas ameaçados

Um estudo no mês passado estimou que cada hectare dos recifes de coral do mundo presta serviços no valor de 350.000 dólares por ano. Uma perda de 34 milhões de hectares de corais desde o final da década de 1990 representa 11,9 trilhões de dólares por ano. “Os corais… provavelmente são os ecossistemas mais ameaçados do planeta”, disse à Reuters Robert Costanza, da Universidade Nacional Australiana e principal autor do estudo.

O painel de cientistas do clima da ONU disse em Março que havia sinais de alerta de que os corais de águas quentes já estavam a experimentar mudanças “irreversíveis”. “Enfrentar a mudança climática… é absolutamente vital para a sobrevivência dos pequenos países insulares “, disse Christiana Figueres, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, em entrevista colectiva.

O relatório também aponta que as pequenas ilhas poderiam aproveitar a abundante energia solar ou eólica para ajudar a reduzir a conta de importação de combustível, muitas vezes entre 5 e 20 por cento do produto interno bruto.

“Estamos a fazer o que podemos”, disse o ministro do Meio Ambiente das Ilhas Marshall, Tony de Brum, apontando para planos de investimento em energia solar. As Ilhas Marshall possuem o maior santuário de tubarões do mundo.

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