Um conjunto de soluções para o controle de risco e a fraude bancárias, com recurso a sistemas de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (“machine learning”), foi apresentado na terça-feira, 20 de Novembro, aos representantes de várias instituições financeiras moçambicanas, pela empresa SAS (Statistical Analysis System) e seu parceiro local, a Cilix Software.
Para este efeito, a Cilix estabeleceu uma parceria com a empresa SAS, líder mundial em “Analytics”, com sede nos EUA e há 25 anos a operar na África do Sul. Refira-se que a Cilix é uma empresa moçambicana especializada em serviços de software, datacenter e internet para empresas, criada em Moçambique há 14 anos, tendo sido responsável pela prestação de serviços às maiores empresa do País e também ao Governo: “Isto nos traz vantagens acrescidas, porque conhecemos bastante bem o mercado nacional e suas necessidades”, segundo afirmou o CEO da Cilix, João Leopoldo.
Durante o encontro, João Leopoldo referiu que as soluções apresentadas ao sector bancário tem por objectivo ajudar de forma atempada (“predictive”) a minimização do risco, assim como na detecção e, deste modo, impedir as fraudes nas aplicações bancárias, uma prática cada mais corrente não só no nosso País, como no resto do mundo.
“Quantas vezes somos confrontados com informação súbita de que ocorreram débitos nas nossas contas bancárias, como se estivéssemos em países tão longínquos como, por exemplo, Singapura, quando afinal estamos no momento em Moçambique? A solução que apresentamos aos bancos moçambicanos permitem não só detectar, como impedir este tipo de fraude”, segundo referiu Leonardo Scoth, “sales leader” da SAS.
Por seu turno, o gestor de parcerias da SAS, Alexandre Negrão explicou que as soluções do SAS operam na base de inteligência artificial, o qual funciona ao “combinar grandes quantidades de dados com processamento rápido e interactivo e algoritmos inteligentes, permitindo ao software SAS aprender automaticamente com padrões ou informações nos dados”. Com efeito, a inteligência artificial possibilita que máquinas aprendam com experiências, se ajustem a novas entradas de dados e desenvolvam tarefas como os seres humanos.
“A indústria bancária hoje enfrenta um problema grave relacionado com a quantidade de dados existentes ao nível dos sistemas que usa, sendo que as soluções do SAS têm a capacidade de transformar esses dados, não controlados e desorganizados, de forma inteligente, em informação que possa ser útil para a tomada de decisões e na detecção e impedimento de fraudes”, segundo explicou Alexandre Negrão. Segundo foi dado a conhecer na ocasião, 85 por cento dos bancos sul-africanos utilizam este sistema, daí o interesse em expandir as operações na perspectiva de ajudar outros bancos espalhados pelo continente africano, incluindo os do mercado moçambicano.
A digitalização do sector bancário, conforme sustentou Negrão, só é possível quando um banco tiver informação fidedigna, daí que num sistema bancário maduro faça “todo sentido que se comece a ter uma visão holística de resolver alguns dos problemas que ocorrem, como são os casos da fraude bancária”, segundo acrescentou.