Moçambique ainda usa instrumentos antiquados e “desactualizados” para testar a qualidade de água em determinados laboratórios, o que acarreta dispêndio de mais tempo e recursos para assegurar a limpeza e tratamento de água fornecida à população, realizar trabalhos que visam evitar a poluição dos recursos hídricos, assim como para outras finalidades. Todavia, existe tecnologia para simplificar e dinamizar tais processos.
Como quem não quer a coisa, a Aquarel Tratamento de Águas, Lda, uma empresa fornecedora de material de laboratório e reagentes para testagem de água, há 10 anos no país, apresentou, entre esta segunda e terça-feira, em Maputo, uma inovação de aparelho portáteis para testagem, análise e avaliação da qualidade da água.
Tratou-se da 1a conferência sobre “boas práticas de manuseio e utilização de equipamento laboratorial”, a qual serviu igualmente para “provocar” as empresas de produção de água potável, comidas e bebidas, medicamentos, energia e do ramo de mineração no sentido de trocarem os instrumentos tradicionais que usam, pela nova tecnologia.
Segundo a explicação dada no evento, actualmente, os meios convencionais de testagem da qualidade de água, usados em determinados laboratórios moçambicanos, demoram ao menos 30 minutos para se obter as análises, se o técnico envolvido no processo for qualificado. O tempo pode estender-se até 45 minutos se o mesmo trabalho for executado por uma pessoa com pouca experiência. Porém, mas com os novos equipamentos, o resultado pode ser conseguido em apenas oito minutos.
Segundo Hiderson Vicente, da Aquarel Tratamento de Águas, Lda, enquanto algumas instituições (…) recorrem ao “uso de reagentes em pó” e alguns recipientes no seu dia-a-dia, aos novos aparelhos já estão acoplados chaves químicas com os respectivos reagentes nelas embutidas. Ademais, tem sido prática, no país, a realização determinadas análises de água, por exemplo, dependerem de mais de uma máquina.
Contudo, já existe uma máquina portátil denominada “SL 1000”, ainda não disponível em Moçambique, que pode fazer vários trabalhos em pouco tempo. Neste aparelho, podem ser usadas quatro chaves químicas em simultâneo e algumas sondas, permitindo a leitura de vários compostos químicos contidos na água, tais “como cloro livre, cloro total, amónio, monocloramina e nitritos (…)”, disse Hiderson Vicente, ao @Verdade.
De acordo com ele, o método antigo não garante total qualidade de resultados se o trabalho se feito num lugar com intempéries, porque pode ocorrer que os reagentes em pó se espalhem.
A nova tecnologia elimina ainda os registos manuais de dados, na medida em que a informação por ser processada através de um computador, via USB. A Aquarel é representante oficial da multinacional americana HACH em Moçambique.
O Fundo de Investimento e Patrocínio do Abastecimento de Água (FIPAG) e a Direcção Nacional de Águas (DNA), duas entidades públicas que lidam com os processos de provisão de água no país, também tomaram parte do evento. José Capece, da Área Operacional do FIPAG na Beira, disse que os instrumentos apresentados no evento têm a vantagem de melhorar a qualidade da água, bem como o seu tratamento e análise.
“Os equipamentos que temos usados já estão” ultrapassados e obsoletos. O que lhe foi apresentado é uma tecnologia necessária para o seu trabalho mas é oneroso, pese embora não esteja em condições de quantificar o valor. Por sua vez, Sesaltina Monjane, da DNA, considerou que as máquinas apresentadas pela Aquarel permite “gerir melhor o tempo no processo de controle da qualidade da água” e asseguram a realização de mais análises em pouco tempo.
“São aparelhos que dispõem de mais sondas para a determinação de mais parâmetros. São equipamentos novos que ainda não estamos a usar [em Moçambique]”, disse.