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“Aprendizes e inexperientes” na mediação da crise política entre Governo e Renamo pedem a Afonso Dhlakama para dispensá-los por escrito

“Aprendizes e inexperientes” na mediação da crise política entre Governo e Renamo pedem a Afonso Dhlakama para dispensá-los por escrito

Foto de Emildo SamboOs mediadores do diálogo político entre o Governo e a Renamo, processo interrompido há quatro meses por improdutividade, não se opõem ao facto de este partido renunciar os seus serviços e aceitam [ironicamente] que sejam “aprendizes e não tinham experiência”, conforme acusou António Muchanga, porta-voz do maior partido da oposição em Moçambique, mas pedem para que Afonso Dhlakama lhes comunique formalmente, por escrito, a par do que aconteceu quando ele e o antigo Presidente, Armando Guebuza, solicitaram os seus préstimos.

Na última segunda-feira (21), a “Perdiz” defendeu, em conferência de imprensa, que os mediadores nacionais, entre eles Dom Dinis Sengulane, Anastácio Chembeze, Lourenço do Rosário e Padre Couto, devem ser substituídos porque não cumpriram a sua missão de fazer com que o Executivo e Renamo alcançassem a paz, supostamente porque “eram aprendizes, não tinham experiência e o processo foi dar naquela vergonha que todos vimos”.

A reposta dos visados a tais declarações não se fez demorar. Também por intermédios dos órgãos de comunicação social eles explicaram, na quarta-feira (23), que a sua participação como observadores/mediadores nacionais no diálogo político foi feita formalmente pelo ex-Presidente, Armando Guebuza, e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, “no início de 2014, para apoiar a ultrapassar os diferendos políticos” entre as partes, pelo que a renúncia do seu trabalho não pode ser feita via conferência de imprensa, devendo obedecer aos mesmos procedimentos formais.

“Cada um de nós recebeu um convite subscrito por cada um dos líderes [Guebuza e Dhlakama] para fazermos parte do processo. Portanto, somos dispensados numa conferencia de imprensa. Estamos à espera que o líder da Renamo nos escreva a dizer que não precisa de nós. (…) Estamos a aguardar, calmamente, que recebamos, por escrito, essa dispensa”, disse Lourenço do Rosário.

Em relação aos intermediários no diálogo político, que segundo o Chefe de Estado, Filipe Nyusi, devem ser evitados com vista ao alcance de “encontros directos com as lideranças”, na medida em que eles procuram ganhar importância no processo e, “por vezes, não transmitem fielmente as mensagens emitidas pelas partes”, Lourenço do Rosário considerou que o Comandante em Chefe da Forças Armadas de Defesa de Moçambique “não se referia a nós”.

Por sua vez, Anastácio Chembeze, acrescentou que, para além do grupo dos observadores/mediadores nacionais houve ou há varias pessoas envolvidas no processo de pacificação ao país.

Refira-se que a Renamo propôs, numa carta enviada ao Executivo, em Outubro passado, mas ainda sem resposta, o envolvimento do Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e a Igreja Católica Romana, no diálogo político – sem data precisa para ser retomado, desde que foi suspenso – entre si e o Governo, no sentido de se ultrapassar a tensão político-militar.

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