Líderes de um fundo da ONU que pretende canalizar bilhões de dólares para a mitigação à mudança climática nos países em desenvolvimento reuniram-se na quinta-feira pela primeira vez, após meses de adiamentos.
As reuniões em Genebra vão até sábado, período em que os 24 integrantes do conselho do fundo tentarão decidir detalhes como a sede do mecanismo, entre outros, segundo funcionários. Questões como a estratégia para obter mais doações dos países ricos num momento de crise económica ficarão para reuniões futuras.
Os países desenvolvidos decidiram em 2009 ampliar sua ajuda climática, que hoje está em torno de 10 bilhões de dólares anuais, para cerca de 100 bilhões por ano a partir de 2020. O objetivo é que o dinheiro ajude os países mais pobres a reduzirem suas emissões de gases do efeito estufa e a lidarem com os efeitos do aquecimento global, como inundações, secas, ondas de calor e elevação do nível dos mares.
Quando estiver em funcionamento, o Fundo Climático Verde vai administrar a distribuição desses valores. Alemanha, México, Namíbia, Polônia, Coreia do Sul e Suíça já se candidataram para sediar a instituição.
“O Fundo Climático Verde pode ser uma ferramenta importante no trabalho conjunto do mundo para prevenir a mudança climática”, disse Kjetil Lund, vice-ministro norueguês de Finanças e membro do conselho do fundo, em nota na quinta-feira.
O fundo é parte de um esforço mais amplo da ONU para combater a mudança climática no mundo. A primeira reunião foi adiada em cinco meses porque países asiáticos e latino-americanos demoraram mais do que se previa para definir seus representantes.
“O mais importante é escolher o país-sede”, disse o representante egípcio Omar el Arini sobre a reunião de Genebra. O conselho, segundo ele, vai anunciar a decisão sobre a sede no final de novembro, numa reunião da ONU em Doha.
“Não acho que haverá nenhuma discussão séria sobre os 100 bilhões de dólares”, afirmou ele em conversa telefônica nesta semana. Em comunicado, o fundo disse que a primeira atividade do conselho foi eleger dois co-presidentes: Zaheer Fakir, da África do Sul, e Ewen McDonald, da Austrália.