Israel fez um chamado nesta quarta-feira para que fossem esvaziadas diversas áreas da Faixa de Gaza onde vivem mais de 100 mil pessoas, ameaçando lançar uma ofensiva terrestre após um breve cessar-fogo unilateral sob uma trégua patrocinada pelo Egito, que fracassou em deter os disparos de foguetes do lado palestino.
Autorizadas pelo gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a aumentar a ofensiva que já dura oito dias, as forças militares de Israel disseram ter enviado alertas de esvaziamento para o noroeste de Gaza.
“Não cumprir (os alertas) colocará suas vidas em risco e as vidas de sua família”, disseram mensagens telefónica gravadas recebidas por residentes dos distritos de Shejaia e Zeitoun, que se espalham pela fronteira com Israel e têm mais de 100 mil habitantes.
Especialistas de Israel prevêem avanços terrestres para destruir instalações de comando e túneis que permitiram aos palestinos, cujo poder de fogo é bem menor do que o de Israel, a resistir às ofensivas navais e aéreas sobre Gaza e continuar a lançar foguetes.
A artilharia de Israel matou pelo menos sete palestinos na manhã desta quarta-feira (horário local), de acordo com autoridades de saúde de Gaza, que disseram que o total de mortos no enclave aumentou para 202, sendo a maioria civis.
Israel disse que 26 foguetes foram disparados de Gaza contra seu território, incluindo o centro comercial Tel Aviv. Alguns desses foguetes foram interceptados pelo sistema antimíssil do país. Outros caíram no solo sem causar vítimas, de acordo com serviços de emergência.
Potências mundiais pediram calma, preocupadas com o potencial aumento de vítimas caso Israel decida enviar dezenas de milhares de soldados para dentro de Gaza.
É uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, com a pobreza exacerbada pelo colapso dos serviços públicos e pelo deslocamento de pelo menos 18 mil palestinos, os quais, segundo a ONU, se abrigaram em escolas municipais da cidade de Gaza.
Na terça-feira, Israel unilateralmente aceitou uma proposta egípcia de cessar-fogo. Mas o grupo palestino islâmico Hamas, no entanto, disse que não fora consultado pelo Egito e continuou com os seus disparos de foguetes enquanto Israel segurou a sua artilharia por seis horas.
Após o fogo palestino ter resultado na primeira fatalidade israelense no conflito – uma pessoa que levava comida para soldados perto de Gaza – Netanyahu prometeu “expandir e intensificar” os avanços militares para parar os persistentes ataques com foguetes que forçam os dezenas de milhares de israelenses a diariamente procurar abrigo.
As atuais hostilidades foram desencadeadas após o sequestro e assassinato, no mês passado, de três alunos seminaristas judeus na Cisjordânia ocupada, e também pelo assassinato de um adolescente palestino, como vingança.