Alguns antigos reclusos da província de Nampula, beneficiários de um crédito de cerca de 991,3 mil meticais para a sua reinserção social após cumprimento de penas, são acusados de não terem devolvido os remanescentes 28 mil meticais, dados agora como fundo perdido pela organização italiana, Progetto Mondo Mlal, financiadora do projecto.
O valor foi desembolsado no âmbito da realização de uma experiência-piloto levada a cabo por aquela agremiação em Nampula, para posterior implementação em todo o país, segundo a mesma organização que também patrocina acções de formação técnico- profissional dos presidiários.
O crédito global serviu para financiar cerca de 39 projectos dos sectores do comércio, agricultura, construção, avicultura e alfaiataria com juros de mora de 2,5% sobre o capital concedido, de acordo com um documento da Progetto Mondo Mlal apresentado esta segunda-feira, em Maputo, durante um encontro de reflexão sobre a experiência- piloto.
Contudo, a organização está a ponderar recorrer a medidas administrativas para recuperação coerciva do dinheiro, alegadamente “pelo facto de a nossa política interna não prever sanções, pelo que os beneficiários não se sentem obrigados a honrar os contratos assinados”.
Os mentores do referido projecto indicam que o mesmo visa fortalecer condições básicas de vida e inserção social dos antigos detidos e suas famílias nos seus locais de residência.
A implementação do projecto envolve instituições públicas e privadas das áreas abrangidas pelos projectos de reinserção social.
Acções complementares de sensibilização e mobilização da sociedade para aceitar a reintegração dos antigos presos no seu seio e no mercado de emprego estão também a ser testadas nesta experiência- piloto de reinserção social a decorrer em Nampula
