O ex-primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, deixou esta sexta-feira(04) a cadeia onde estava mas continua preso preventivamente, por decisão judicial, na sua casa.
A Justiça portuguesa anunciou a mudança das medidas de coacção num comunicado, no qual detalhou que Sócrates deverá permanecer no seu domicílio mas sem vigilância electrónica, e não poderá manter contacto com algumas pessoas, designadamente com outros envolvidos na mesma acusação.
De acordo com a nota do órgão judicial, o magistrado Carlos Alexandre tomou esta decisão por considerar que “diminui o perigo de perturbação do inquérito”.
Desde a revisão anterior das medidas impostas a Sócrates, a Justiça portuguesa interrogou dez pessoas e realizou mais de 30 operações de busca e apreensão dentro da investigação, acrescentou a Procuradoria na nota.
A última revisão aconteceu no dia 9 de Junho, quando o juiz decidiu manter o ex-primeiro-ministro em prisão preventiva depois que o mesmo recusou utilizar uma pulseira electrónica. Sócrates foi detido no aeroporto de Lisboa no dia 21 de Novembro de 2014 e o juiz decretou a sua entrada na prisão de Évora três dias depois devido às suspeitas de crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
A Justiça apenas notificou de forma oficial que as autoridades detectaram a participação de Sócrates em “operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificativas”.
No entanto, as informações publicadas pela imprensa indicam que Sócrates contava com uma fortuna superior a 20 milhões de euros, uma quantia que supostamente mantinha em contas bancárias no nome de um testa-de-ferro, o seu amigo Carlos Santos Silva, em compensação pela sua mediação para facilitar negócios para empresas portuguesas no exterior.
Sócrates, o único dos sete suspeitos envolvidos no processo que permanecia na prisão, deu entrada no centro penitenciário de Évora em 24 de Novembro do ano passado.