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Angolanos comparecem às urnas na terceira eleição desde a independência

Angolanos comparecem às urnas na terceira eleição desde a independência

Os angolanos estão a votar esta sexta-feira (31) para eleger os seus deputados, apesar das dúvidas sobre a transparência do processo, no qual o grande favorito é o partido MPLA do presidente José Eduardo dos Santos, no poder há 33 anos. Segundo a nova Constituição aprovada em 2010, o líder do partido vencedor será automaticamente o presidente da República por um período de cinco anos.

No total, 9,7 milhões de pessoas estão registradas para votar na eleição, a terceira desde a independência em 1975, que acontecerá das 7H00 à 18H00 (hora local). Os resultados definitivos deverão divulgados na próxima semana.

José Eduardo dos Santos, atual presidente e candidato pelo Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), prometeu continuar a reconstrução do país devastado por uma longa guerra civil (1975-2002). O MPLA obteve 81% dos votos nas eleições de 2008.

No poder há 33 anos, Santos transformou a presidência numa instituição onipotente, que domina a vida política e económica de Angola, o segundo maior produtor de petróleo africano, atrás de Nigéria.

Segundo o Tribunal Constitucional de Angola, nove partidos e uniões estão qualificados para participar da eleição. O principal partido de oposição é União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), liderado por Isaias Samakuva, que recebeu 10% dos votos nas legislativas de 2008.

Eleições (pouco) transparentes

Na véspera da disputa, o líder da UNITA, Isaias Samakuva, expressou a sua preocupação sobre a imparcialidade e a transparência do processo eleitoral. Ele acusou a Comissão Nacional de Eleição de ainda não estar preparada para realizar uma votação com ordem e transparência.

O governo angolano negou as acusações de Isaias Samakuva, declarando que mais de 90 mil observadores de todos os partidos foram liberados para supervisionar a eleição. Além disso, representantes das organizações internacionais, como União Africana, Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral e União Europeia, também chegaram ao país para acompanhar o pleito.

A polícia de Angola garantiu que todos os cidadãos terão acesso aos pontos de votação e que não vai tolerar qualquer ação que prejudique o processo. A imprensa acredita que a eleição vai ser realizada sem conflitos.

Como o segundo maior produtor de petróleo da África, Angola é o país que se desenvolve mais rapidamente no continente, devido à exportação estável do produto. O crescimento económico médio entre os anos de 2002 e 2010 foi de 12%.

No entanto, a guerra civil de 27 anos influenciou muito o desenvolvimento do país. A infraestrutura de baixo nível, o alto preço dos produtos, a grande distância entre os ricos e os pobres e a taxa de desemprego de 30% são os principais problemas atuais de Angola.

Para responder as dúvidas da oposição, José Eduardo dos Santos, que já tem 70 anos, prometeu durante a campanha que, caso seja reeleito, vai concretizar uma série de investimentos de vários bilhões de dólares nos próximos cinco anos, construindo mais ruas, escolas e hospitais, para promover ainda mais a reconstrução do país e melhorar a vida do povo.

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