A cidade de Maputo foi palco, recentemente, da sexta edição do Angel Fair Africa, um evento que reúne anualmente empreendedores do continente africano e investidores provenientes dos quatro cantos do mundo, com vista à promoção de novos negócios, investimentos e partilha de experiência.
O evento contou com a participação de 30 startups, sendo 10 de Moçambique e as restantes da Tanzânia, Quénia, Angola, Zimbábwè e África do Sul, que tiveram a oportunidade apresentar as suas ideias (pitch) a potenciais investidores e parceiros interessados em contribuir para o desenvolvimento e crescimento dos seus negócios.
Para além da apresentação das ideias de negócio, o Angel Fair Africa incluiu painéis de debate com oradores de renome, dos quais se destacam o investidor e empreendedor norte-americano Kamran Elahian e o empresário moçambicano Daniel David.
Esta iniciativa é promovida pela Chanzo Capital, uma empresa de investimento africana, em parceria com a Associação Moçambicana de Business Angels (AMBA) e ideaLab, tendo contado com o patrocínio da Gapi e do Standard Bank, através da sua Incubadora de Negócios.
Entretanto, o evento foi antecedido por uma formação de dois dias, que decorreu na Incubadora de Negócios do Standard Bank, durante a qual as startups seleccionadas adquiriram conhecimentos e ferramentas importantes para melhorar os produtos e serviços que se propõem criar, bem como para dar seguimento aos seus projectos.
Para o Standard Bank, a realização deste evento no País vai alavancar o surgimento de mais startups, pois constitui uma plataforma de interacção entre estas e os investidores. “Um dos maiores desafios que as startups têm é a angariação de financiamento e é importante que tenhamos este tipo de evento em Moçambique pois promove o encontro entre os jovens com ideias viáveis e os investidores”, explicou João Guirengane, director da Banca de Investimentos do Standard Bank.
Por seu turno, Sara Faquir, representante da ideiaLab, referiu-se à importância deste evento, que aproxima empreendedores e investidores que apostam em negócios ainda na sua fase inicial. “Nesta fase inicial, o investidor não está lá só para aplicar o seu dinheiro, mas também para disponibilizar a sua rede de contactos, o seu conhecimento, a sua experiência e outros elementos essenciais para alavancar uma startup”, disse Sara Faquir.
Num outro desenvolvimento, Sara Faquir considerou ser urgente incutir no seio da sociedade moçambicana a cultura empreendedora e promover o interesse em investir em startups como alternativa ao financiamento bancário. “Ainda nos falta, em Moçambique, a cultura empreendedora. Tradicionalmente, não somos empreendedores, ainda estamos a dar os primeiros passos como País. Estamos habituados a ir à procura de investimento e não conseguimos olhar para as startups como uma oportunidade para quem tem algumas poupanças contribuir activamente neste processo de desenvolvimento do sistema financeiro”, justificou.
Importa realçar que, até à sua quinta edição, o Angel Fair Africa já gerou investimentos estimados em 23 milhões de dólares norte-americanos em diversas empresas e startups, demonstrando a atractividade das soluções geradas no continente africano.
As primeiras cinco edições deste evento tiveram lugar em Joanesburgo (África do Sul), Lagos (Nigéria), Acra (Gana), Nairobi (Quénia) e Abidjan (Costa do Marfim), em 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017, respectivamente.