“A capacitação dos nossos membros é uma prioridade desta Direcção, porque acreditamos que só assim estes estarão em condições de operar com sustentabilidade”, foi com estas palavras que António Souto, presidente do Conselho de Direcção da Associação Moçambicana dos Operadores de Microfinanças (AMOMIF), abriu a formação em Gestão de Crédito, que decorreu entre os dias um e três de Agosto corrente, na sede desta agremiação, em Maputo.
Souto, que se fazia acompanhar por Enoque Changamo, outro membro da Direcção e formador nesta capacitação, partilhou com os presentes que a sua Direcção – a despeito do atraso que se verifica nesta componente, fruto da letargia que a instituição passou num passado recente – vem desenvolvendo o esforço de capacitar com a colaboração dos membros, por via do pagamento de quotas e com o apoio de parceiros, como o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (FIDA), no caso presente, através do Projecto de Financiamento ao Empreendedorismo Rural (REFP).
Em termos concretos, esta acção de capacitação, que tem como principal grupo alvo técnicos de campo, directores e gestores de operações de crédito, inspectores e formadores, num total de 16 formandos, tem como objectivos, dotar os participantes de conhecimentos sobre política de crédito, seguimento dos créditos desembolsados, recuperação do crédito em atraso e fazer o estudo dos pedidos e desembolso dos créditos.
“Esta formação será complementada por outras a serem ministradas brevemente, versando outras matérias de interesse para o crescimento sustentável das microfinanças à escala nacional. A título de exemplo, findou há uma semana, em Sena, uma formação para o uso de ferramentas digitais de gestão de crédito que envolveu oito participantes entre gestores e técnicos de crédito”, explicou Souto.
A AMOMIF foi criada em 2007 e, após algum período de crise, está a reerguer-se com a força dos seus membros, que acumulam experiência de décadas. Neste processo de recuperação, une sinergias com diversas instituições, em particular com o Banco de Moçambique, que dirige o processo de lançamento da nova estratégia de inclusão financeira.
“Nós, na AMOMIF, também temos a convicção de que a inclusão financeira não se faz só com a disponibilização de dinheiro e/ou acesso aos recursos financeiros. Ela é uma parte importante do que se designa finanças para o desenvolvimento e, como tal, deve criar impacto positivo na vida das pessoas e na geração de empregos, aquilo que ao nível das Nações Unidas se define como desenvolvimento inclusivo sustentável” – acrescentou o presidente da associação.
A AMOMIF acredita que instituições de microfinanças eficazes são aquelas que proporcionam a um grande número de empresários de baixo rendimento um acesso rápido a pequenos empréstimos, ao mesmo tempo que conseguem excelentes taxas de reembolso.
“A permanente proximidade aos seus clientes, bem como as novas oportunidades de modernização do sector, através da adopção de meios digitais e inovação em produtos e serviços com impacto na melhoria das famílias e sucesso nas microempresas, são trunfos que fazem da indústria microfinanceira um sector importante no crescimento inclusivo e sustentável da economia de Moçambique” – finalizou António Souto.