A Amnistia Internacional disse, esta quarta-feira (10), ter documentos que provam crimes de guerra cometidos por ambos lados do conflito entre forças ucranianas e separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
O secretário-geral da OSCE – organização de defesa dos direitos humanos -, Salil Shetty, disse numa conferência de imprensa em Moscovo que alguns separatistas, apoiados por tropas russas, e o batalhão ucraniano Aidar cometeram abusos contra os direitos humanos no meio do conflito que já dura cinco meses.
Citando imagens de satélite e relatos de testemunhas, Shetty disse que o envolvimento da Rússia na violência no leste ucraniano significa que o país é parte no conflito, que poderia ser responsabilizado no caso da ocorrência de crimes de guerra.
“Nós temos repetidamente levantado a questão de crimes de guerra, e no nosso relatório mais recente temos evidência documentada de crimes de guerra de ambos lados”, afirmou Shetty, repetindo as denúncias em Moscovo, onde as autoridades têm negado envolvimento no conflito ucraniano.
Shetty disse que a organização pediu audiências com o presidente russo, Vladimir Putin, e o chanceler, Sergei Lavrov, mas nenhum dos dois concordou em recebé-lo ou responder às acusações.
A Rússia tem negado ser uma das partes envolvidas no conflito e recusou as denúncias de que tenha enviado soldados e armas em apoio aos separatistas. Shetty disse que as violações de direitos humanos, incluindo espancamentos e sequestros, foram perpetradas por separatistas “que sabemos estarem a ser apoiados por forças russas” e pelo batalhão ucraniano Aidar, um grupo voluntário de defesa do território.
Ele também pediu a abertura de uma investigação sobre as acusações de ambos lados sobre o bombardeio indiscriminado com o uso de morteiros, que levou à morte de 1.000 civis.