Cera de 13, 5 quilogramas de ouro fundido foram apreendidos no Aeroporto Internacional da Beira de um indivíduo de nacionalidade libanesa, ora a aguardar julgamento, o qual pretendia viajar com destino ao seu país (Líbano), via Joanesburgo, na África do Sul, Quarta-feira passada.
As Alfândegas da Beira, órgão do Estado de natureza militar, cujos agentes inviabilizaram a tentativa de tráfico de um total de 13, 466 quilos, avaliam a quantidade tomada em mais de 700 mil dólares.
Uma fonte da delegação provincial das Alfândegas indica que o libanês portava ilegalmente na sua bagagem ouro fundido na forma de seis lingotes e cinco primas com base circular de aproximadamente sete centímetros de diâmetro.
“O cidadão foi interpelado pelas autoridades alfandegárias quando se preparava para o embarque num voo internacional com destino a Joanesburgo”, que estava previsto para as 13 horas da passada Quarta-feira, de acordo com um comunicado da referida instituição.
A mesma fonte, que não revela o nome do suposto traficante libanês de ouro, explica: “Após a reverificação da sua bagagem constatou-se que o cidadão levava consigo ouro fundido na forma de 6 lingotes e 5 prismas com base circular de aproximadamente 7 cm de diâmetro, alegadamente com destino ao Líbano”.
As alfândegas referem que na altura da ocorrência no Aeroporto Internacional da Beira, o libanês “ofereceu resistência em colaborar no processo de reverificação”, mas “ouvido em declaração o arguido declarou que o ouro era resultado de actividade de garimpo” na província de Manica.
“O ouro apreendido foi depositado nos cofres do Banco de Moçambique a fim de garantir a sua segurança, enquanto o arguido aguarda julgamento”, refere o mesmo comunicado.
O preço de ouro no mercado internacional é de 1.715 dólares por onça (grama), calculando-se que os 13, 466 quilos apreendidos em mais de 700 mil dólares norte-americanos.
Manica, a região onde o libanês afirma ter obtido o ouro, é uma das províncias que atrai tanto cidadãos moçambicanos como estrangeiros, devido à prosperidade da actividade de garimpo.
A ser verdade que ele adquiriu os cerca de 13, 5 quilos de ouro em Manica, este facto vem a confirmar que há muito ouro fora do controlo das autoridades moçambicanos, podendo estimular a prática de tráfico.
Aliás, além de Manica, os distritos de Sussundenga, Báruè e Macossa, são tidos como os que mais registam a ocorrência de ouro e turmalinas, levando a que os garimpeiros, na sua maioria ilegais, até causem problemas ao meio ambiente, desde a destruição da terra até à poluição das águas devido ao uso de substâncias químicas nocivas.
