Desafiando o Governo de Moçambique que na Assembleia da República garantiu que “a situação da ordem e segurança pública nos distritos de Mocímboa da Praia, Palma, Macomia e Nangande está controlada” o grupo armado que há mais de um ano semeia o terror no Norte de Moçambique voltou a atacar e assassinou pelo menos 11 civis na semana passada.
Na noite de quinta-feira (22) os terroristas, chamados localmente por “Al Shabaab”, embora não tenham ligações ao grupo com o mesmo nome da Somália, atacaram a aldeia de Chicuaia Velha, no distrito de Nangade, onde assassinaram nove cidadãos civis, entre mulheres e crianças.
Há registo de mais de quatro dezenas de habitações queimadas Ainda na mesma noite os criminosos assassinaram um cidadão adulto na localidade de Lukwamba e um outro civil foi morto na localidade de Litingina.
Em Litingina dois outros cidadãos foram mortos quando estavam nas suas machambas na quarta-feira (21). Nangade é um dos distrito da província de Cabo Delgado que fazem fronteira com a Tanzânia.
Testemunhas locais disseram telefonicamente que os atacantes empunhavam catanas e facas que foram usados para atacar e assassinar as suas vítimas.
Desde Outubro de 2017 que terroristas desconhecidos têm protagonizados ataques a alvos civis e militares, mataram mais de uma centena de pessoas, sem nunca terem tornado público as suas motivações.
“Passado um ano, já era altura de sabermos quem são os grupos”, declarou no passado dia 8 o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, num encontro com altos funcionários das Forças de Defesa e Segurança.
Estes novos ataques acontecem numa altura em que decorrem na província de Cabo Delgado julgamentos de 189 cidadãos de ambos os sexos acusados de serem integrantes deste “Al Shabaab” moçambicano.