A Organização Mundial da Saúde (OMS) está impedida de conduzir uma coluna de ajuda humanitária aguardada desesperadamente por civis em áreas da cidade de Alepo controladas por rebeldes, apesar da promessa feita no mês passado pelo governo de permitir o acesso.
“Atrasos ocorrem com frequência por razões operacionais e/ou de segurança, mas os detalhes não devem ser divulgados”, disse o porta-voz da OMS Tarik Jašarevi? por email, esta quinta-feira (8).
Em comunicado divulgado esta semana, a OMS disse que 240 mil kits de tratamento médico da própria organização e do Crescente Vermelho Árabe-Sírio estavam a ser mantidos num armazém na área controlada pelo governo de Alepo, maior cidade síria, “para distribuição futura em áreas seleccionadas, o que vai ter início em breve”.
A 22 de Dezembro, a OMS disse ter recebido a promessa de que teria permissão para entregar ajuda em áreas controladas por rebeldes na cidade, planeando transportar os artigos dentro de uma semana, assim como enviar remessas para bairros cercados em Mouadamiya, Damasco e Ghouta do Leste, nos arredores da capital.
A organização não governamental União de Organizações Sírias de Socorro Médico, composta por médicos sírios, disse que doenças como cólera, febre tifoide, sarna e tuberculose estão a espalhar-se entre as cerca de 360 mil pessoas nas áreas controladas por rebeldes em Alepo, devido à falta de tratamentos e vacinas.
A área está isolada pelo Exército Sírio por três lados. Todos os lados em conflito na guerra civil de três anos na Síria tem impedido suprimentos médico de atravessarem a linha de frente, temendo que possam ser usados para auxiliar combatentes inimigos feridos.
A OMS disse que osmateriais cirúrgicos tais como seringas e bandagens foram no passado subtraídos dos comboios em postos de controle montados pelas forças de segurança.
As autoridades sírias não puderam ser localizadas para comentar o assunto na quarta-feira e nesta quinta-feira. Jašarevi? disse que vacinas e seringas foram entregues em Ghouta do Leste, o primeiro “pacote completo” da OMS a alcançar a área em mais de dois anos.
Ele não forneceu informações actualizadas sobre Mouadamiya. A ONU disse que pelo menos 212 mil pessoas continuam sitiadas, a maioria pelo governo, mas também pelos insurgentes.
