O Governo moçambicano tenciona investir cerca de USD 9,3 milhões numa fase-piloto, para inverter o actual cenário de uma agricultura predominantemente manual/primitiva para um sistema mecanizado e mais eficaz contra a insegurança alimentar dentro dos próximos cinco anos.
Presentemente, estima-se que mais de 80% do sector agrário em Moçambique são dependentes da potência manual e o remanescente é mecanizado e/ou industrial, mas sem grande relevância para o país, apurou-se de fonte do Centro de Promoção de Agricultura (CEPAGRI), envolvido na elaboração do referido projecto-piloto de mecanização agrária a arrancar em 2015.
Numa primeira fase, deverá ser instalado um centro de serviços e/ou logístico de ma- quinaria e outros equipamentos no Instituto Agrário de Boane, em Maputo, esforço que irá consumir um valor adicional na ordem de dois milhões de dólares norte-americanos.
A escolha de Boane, segundo o CEPAGRI, deve-se ao facto de aquele distrito possuir “condições favoráveis” de solo e recursos hídricos, para além da existência de centros e técnicos de pesquisa agrária que poderão apoiar na forma- ção e permitir maior acesso a sementes de qualidade.
Refira-se que a aposta por uma agricultura predominantemente mecanizada em Moçambique enquadra-se no âmbito do Plano de Acção para a Redução da Pobreza que define uma meta de redução da incidência da pobreza para 42% até finais do presente ano de 2014, contra a taxa actual de cerca de 54,7%.
Entretanto, paralelamente ao projecto de agricultura mecanizada, o Executivo moçambicano espera injectar ao longo dos próximos cinco anos cerca de 37,7 milhões de meticais para apoiar a população pobre das zonas rurais que tem a agricultura como a base da sua sobrevivência.
Basicamente, o auxílio será na base de sementes, boas práticas agrícolas e escoamento de uma parte da produção para o mercado, refere o CEPAGRI.