Miguel Ornelas Fortes, agricultor privado, com cerca de 25 anos na produção agro-pecuária e na multiplicação de plantas nativas e fruteiras, está a tentar expandir a prática da medicina tradicional, através do fomento das respectivas plantas na província de Nampula, norte de Moçambique.
Em conversa que manteve com o @Verdade, Fortes disse que o projecto tem em vista garantir reservas de medicamentos para diferentes enfermidades que, regra geral, não encontram qualquer explicação científica, como também promover a medicina tradicional, a nível daquela região.
Para a materialização dos seus objectivos, o nosso interlocutor irá contar com o apoio da Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO) na identificação das variedades que, depois, passarão a ser multiplicadas no seu campo agrícola, no bairro da Rex, arredores da cidade de Nampula.
Em Moçambique, de acordo com alguns estudos efectuados pelos organismos da sociedade civil, a medicina tradicional abrange cerca de 60 porcento da população, ou seja, 60 em cada 100 moçambicanos recorrem aos médicos tradicionais para o seu diagnóstico e tratamento.
O Serviço Nacional de Saúde compreende o sector privado e o público. Este último constitui o principal prestador de serviços de saúde convencional no país, mas, devido à fraca cobertura deste serviço, cerca de 60 porcento da população recorrem aos serviços fornecidos pela medicina tradicional.
Aposta na preservação ambiental
Ornelas Fortes é um produtor de plantas de reconhecido mérito, tendo conquistado vários prémios pela sua activa participação na preservação ambiental. Nos últimos dois anos, Fortes diz ter produzido cerca de 25 mil plantas e que foram distribuídas pelos vários sectores de actividade e aos governos distritais, em resposta à Ordem Presidencial “Um aluno, uma fruteira” e “ Um líder, uma floresta comunitária”.
Para a prática da agricultura e multiplicação de plantas diversas, o agricultor possui uma área de cerca de 50 hectares, na cintura verde da cidade de Nampula. Fortes diz que o maior constrangimento se prende com a insuficiência de fundos para avançar com outros projectos, desde a multiplicação de plantas medicinais, hortofrutícolas até às de produção de madeiras. Para viabilizar tais projectos, são necessários cerca de 200 mil meticais