Uma cidadã que se identificou por Suzete Dacar, com morada em Johanesburgo, África do Sul, denunciou às autoridades aeroportuárias da Beira que “os agentes da PRM, junto com os da Agricultura, em serviço naquele aeroporto internacional, têm estado a promover cobranças ilícitas de valores pelos conteúdos de bagagens” aos passageiros que por ali transitam.
A denúncia data de 13 de Janeiro do ano em curso e já é do conhecimento da direcção geral da Empresa Pública Aeroportos de Moçambique, em Maputo, que solicitou por escrito, datado de 7 de Fevereiro corrente, a chefia da PRM afecta ao Aeroporto Internacional da Beira para o esclarecimento do caso, conforme a carta em anexo.
“A Empresa Aeroportos de Moçambique recebeu da Sra. Suzete Dacar a reclamação datada de 13 de Janeiro de 2012, referente a cobrança de valores pelos conteúdos de bagagens pelos agentes da polícia junto com os homens da Agricultura, no Aeroporto Internacional da Beira.
Assim, remetemos o assunto para consideração e esclarecimento da V.Exas e para acompanharmos o processo desta reclamação agradecemos que nos mandem a cópia da resposta que será enviada ao reclamante, assim, como, o respectivo desfecho” – lê-se na nota da direcção geral da Empresa Aeroportos de Moçambique enviada ao Chefe da Polícia afecta ao Aeroporto Internacional da Beira.
O anexo referido na nota é o formulário de reclamação preenchido pela cidadã Suzete Dacar. Nele, além da denúncia, Suzete Dacar sugere a expulsão dos agentes implicados, a quem chama de “gajos”.
No esforço visando a purar a reacção da parte visada, a reportagem do O Autarca deslocou-se ao Aeroporto Internacional da Beira onde ficou a saber que o assunto é do domínio de todas autoridades que actuam naquele recinto aeroportuário.
“O Autarca” soube que, para analisar este caso, foi criada uma comissão envolvendo todas as autoridades que actuam no Aeroporto Internacional da Beira, incluindo os sectores de Migração e Alfandêga, além dos directamente visados, nomeadamente a PRM e Agricultura.
Da investigação feita, segundo uma fonte que fez parte da referida comissão, chegou-se a conclusão de que a denúncia podia ser de má fé, com o intuito de denegrir a imagem das instituições referenciadas.
A fonte explicou ter sido feita triagem dos mapas de todos voos realizados naquele dia 13 de Janeiro referentes a rota Beira – Johanesburgo e vice-versa e não foi identificado nenhum passageiro com o nome de Suzete Dacar.
Ademais, a fonte referiu que a suposta reclamante, no acto do preenchimento do formulário de reclamação, omitiu o seu número de contacto, colocando apenas os algarismos iniciais do código telefónico da África do Sul.
“Nessas circunstâncias é nos difícil apurar a veracidade da denúncia” – defendeu a fonte, deixando apelo a todos utentes do Aeroporto Internacional da Beira que sempre que forem a apresentar reclamações têm de mencionar o seu contacto para facilitar as investigações.
No entanto, alguns passageiros interpelados pelo O Autarca no Aeroporto Internacional da Beira afirmaram ser normal os denunciantes omitirem o seu contacto, considerando tratar-se duma forma bastante conhecida de as pessoas prevenirem-se de eventuais represálias por parte dos denunciados.
O Aeroporto Internacional da Beira atende diariamente voos da rota Beira – Johanesburgo – Beira, operados por duas companhias, nomeadamente Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a South African Airways (SAA).