Dois cidadãos identificados pelos nomes de Xavier Langa, de 24 anos de idade, e Manuel Mateus, de 26 anos de idade, escaparam da morte, por pouco, em virtude de terem sido baleados, supostamente de forma premeditada, por um agente da empresa de segurança privada denominada MozSecurity, na noite da última quarta-feira, 16 de Julho corrente, no bairro do Jardim, na capital moçambicana.
O incidente deu-se por volta da 22h00, nas bombas de combustível da Petromoc, sitas na Avenida de Moçambique, naquele bairro. O @Verdade chegou ao local pouco depois de as vítimas terem sido feridas e encontravam-se estateladas no chão, a contorcerem-se de dores e a perder bastante sangue perante a indiferença dos agentes daquele firma de segurança privada que guarnecia a gasolineira e outros da mesma empresa que estavam numa viatura, com a matrícula ADC 046 MP.
Xavier Langa e Manuel Mateus são colegas e trabalham na empresa Trans Rose’s e Filhos Limitada. O primeiro jovem é chefe de transportes e o segundo é motorista. Rosério Cardoso, proprietário daquela companhia, contou-nos que no dia em que os seus trabalhadores foram alvejados a tiro dirigiam um camião com a matrícula AA 292 MC carregados com pedras com destino ao distrito de Magude. O nosso interlocutor disse que foi acolhido de surpresa quando recebeu a notícia de que os seus funcionários tinham sido baleados por um agente de segurança privada.
Testemunhas narraram à nossa Reportagem que Manuel Mateus estacionou o referido camião naquelas bombas e em concertação com Xavier Langa, este desembarcou com o intuito de buscar água algures na mesma gasolineira para o radiador do veículo no qual ele e o seu companheiro se faziam transportar. Na circunstância, antes de localizar uma torneira para o efeito, o cidadão foi recebido com dois tiros numa perna. Ele caiu e ficou estático quase ao lado do veículo do qual acabava de descer.
Ao aperceber-se dos disparos e dos gritos de desespero do seu colega, Manuel Mateus desceu do camião mas não pôde apurar o que se passava com o seu companheiro porque, também, foi alvejado um projéctil de arma de fogo logo ao desembarcar do camião. Por mais de meia hora, as vítimas permaneceram no sítio sem ajuda e perder muito sangue. Gerou-se um clima de revolta e houve agitação naquela gasolineira com as pessoas a exigirem a cabeça do atirador, que por algum tempo se manteve escondido. Houve até colegas dele que alegaram que tinha fugido por medo de ser linchado. Os transeunte aproximavam-se cada vez mais para acompanhar de perto o que se passava.
Volvidos algum tempo, um carro da Polícia da República de Moçambique (PRM) fez-se ao local e sem prestar nenhum socorro aos feridos abandonou o lugar, facto que deixou muita gente perplexa e sem perceber qual é a tarefa dos agentes da Lei e Ordem na via pública, sobretudo em caso semelhantes ao que nos referimos. Na altura, ficou claro que, nalgumas circunstâncias, a Polícia é capaz de deixar um cidadão morrer por falta de socorro.
Refira-se que a poucos metros das bombas da Petromoc funciona a 17a esquadra da PRM e outro, a 18a, nas imediações do cemitério de Lhanguene. Apurámos que não era a primeira vez que os dois jovens se faziam ao local para buscar água para os mesmos fins que lhes levaram ao local do incidente naquele dia.
O autor dos disparos em causa está detido na primeira esquadra a que nos referimos mas a empresa na qual trabalha não presta nenhuma assistência aos feridos. Rosério Cardoso disse-nos que está agastado com esta situação, mormente porque os donos da MozSecurity ignoram o caso e estão apenas preocupados em libertar o seu funcionário.