O turco Mehmet Ali Agca, que em maio de 1981 tentou assassinar o papa João Paulo II, pretende sair de férias assim que for libertado na próxima segunda-feira, após passar 30 anos na prisão, afirmou seu advogado esta quinta-feira, em Ancara.
“Ele ficará por dois dias em um hotel de Ancara e depois vai descansar durante duas semanas em um lugar de veraneio”, informou em um comunicado o advogado Achi Ali Ozhan. Agca, de 52 anos, talvez diga algumas palavras de agradecimento quando deixar a prisão, mas fora isso, não deverá conceder uma entrevista coletiva à imprensa, por estar negociando com editoras e produtoras de cinema a divulgação de suas memórias.
Segundo Ozhan, Agca também pretende viajar para a Cidade do Vaticano para prestar reverência ao túmulo do papa João Paulo II, falecido em 2005, e se reunir com o papa Bento XVI. Até o momento, não foi estabelecida uma data para a visita ao Estado pontificial. Agca recebeu mais de 50 ofertas para livros, filmes e documentários e as negociações estão em andamento, disse Ozhan Mehmet Ali Agca foi preso na Turquia depois de sua extradição da Itália em 2000 por vários crimes que havia cometido antes de tentar assassinar o papa João Paulo II, em 13 de maio de 1981, na Praça São Pedro, no Vaticano.
O Papa ficou gravemente ferido. As motivações do ataque e a identidade daqueles que estariam por trás do Agca continuam sendo um mistério. O papa João Paulo II, que se reuniu com Agca em sua cela, o havia perdoado antes de o turco ser indultado pelo presidente italiano. Na Turquia, o ex-militante de extrema direita foi condenado pelo assassinato de um conhecido jornalista turco, Abdi Ipekci, e por dois assaltos praticados nos anos setenta.