A selecção nacional de Moçambique estreou-se com vitória no Afrobasket sénior feminino ao derrotar, com números gordos, a sua congénere do Egipto. A pedido do público, as “Samurais” chegaram a chapa 100.
A etapa inicial do jogo não foi das melhores para nossa selecção que revelou altos índices de ansiedade e que se transfiguraram em erros debaixo da tabela de pontos e, sobretudo, no processo defensivo. Aliás, no seio do conjunto orientado por Nazir Salé os níveis de confiança eram tão altos que não se apercebia das investidas ofensivas do seu adversário, este que se limitava ao contra-golpe.
Anteviu-se, a cinco minutos do fim do primeiro período, uma partida equilibrada no que ao marcador diz respeito. 11 a 09 vencia a nossa selecção.
Chamou atenção, para todos efeitos, quando a experiente Clarisse Machanguana desceu à quadra sob fortes aplausos do público presente. E não era para menos. Aquela poste deu outro “gás” ao ataque da selecção nacional que venceu o primeiro quarto de jogo por 18 a 25.
No segundo, as coisas voltaram regularizadas para o lado moçambicano. A organização nos dois sectores, ainda que com alguns erros de coordenação na defensiva, como por exemplo a indefinição nos ressaltos, permitiram que a selecção nacional pudesse se distanciar ainda mais no marcador.
A pouco menos de quatro minutos do intervalo, as comandadas por Nazir Salé venciam por 22 a 37, vantagem que se dilatou findo os 10 minutos do segundo período. 29 a 46 até ao intervalo.
Um “show” de pontos
Se até ao intervalo a equipa egípcia mostrava alguns indícios de ainda querer discutir o resultado, já no terceiro período, diga-se, “encovou” todos os seus argumentos. Moçambique simplesmente depôs as capacidades do Egipto com recurso aos lançamentos do exterior.
Ao fim do terceiro período as “faraós” perdiam por inequívocos 35 pontos de diferença.
O público não parou de vibrar e a nossa selecção agigantou-se. O Egipto rendeu-se e, como diria na gíria popular, “caiu de joelhos”. As “Samurais” não desaceleraram e diante da desistência técnica da adversária quiseram responder a um pedido do público: chegar aos 100 pontos.
E não foram só uma centena. Contaram-se mais cinco pontos para o delírio total do público que soube, do princípio ao fim, acarinhar a sua selecção. Com apenas 53 pontos, para além do habitual “a muleza”, a equipa egípcia teve de engolir o também infernal cântico “salanine”.
No capítulo individual, Leia Dongue, com a sua camisola 11, destacou-se na partida ao atingir a marca histórica de 22 pontos, seguida pela experiente Clarisse Machanguana com 18. Filomena Micato foi a terceira melhor marcadora do jogo com 15 pontos.
No que aos ressaltos diz respeito, Leia Dongue voltou a destacar-se com um total de quatro, mesmo número alcançado pela sua oponente Awad Mohamed.
Assim, as “nossas meninas” venceram como também convenceram na sua estreia desta 23ª edição do Afrobasket sénior feminino. Neste domingo (22) defrontam a Algéria às 19 horas.
Nas restantes partidas do dia, a selecção angolana, a campeã africana em título, venceu sem muitas surpresas a sua congénere de Cabo Verde por 76 a 51, enquanto o Mali, o número um do ranking africano decepcionou ao perder diante do Camarões por 64 a 67.
Quadro completo de resultados:
Nigéria 74 – 49 Quénia (Grupo B)
Zimbabwe 66 – 73 Algéria (Grupo A)
Mali 64 – 67 Camarões (Grupo B)
Cabo Verde 51 – 76 Angola (Grupo B)
Egipto 53 – 105 Moçambique (Grupo A)
Senegal 50 – 35 Costa do Marfim (Grupo A)
Jogos deste domingo (22 de Setembro)
10h00: Cabo Verde X Camarões
12h15: Zimbabwe X Senegal
14h30: Angola X Quénia
16h45: Egipto X Costa do Marfim
19h00: Moçambique X Algéria
21h15: Nigéria X Mali