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África pode ganhar 300 milhões USD da industria do caju

A indústria do caju em África tem potencial para produzir mais de 300 milhões de dólares americanos em valor acrescentando bem como criar mais de 200 mil novos postos de trabalho nas áreas rurais. Esta convicção foi manifestada segunda-feira, em Maputo, pelo presidente da Aliança Africana do Caju (ACA), Carlos Costa.

Costa falava na abertura da 5ª Conferência Anual da ACA que congrega mais de 250 parceiros do ramo, idos de todo o mundo, para discutir estratégias conducentes a melhoria da produtividade, expansão, processamento e consolidação da comercialização da castanha do caju.

Face a este quadro de potencialidades e oportunidades, Costa desafiou os países africanos produtores da castanha do caju a estabelecerem parcerias que podem gerar ganhos mútuos.

“Nós africanos, se me permitem, diria que estamos cansados de exportar o nosso produto a granel para os mercados internacionais, onde são processados e consequentemente o maior ganho fica retido”, sublinhou o presidente.

Aliás, o continente africano é responsável por 40 por cento da produção mundial da castanha de caju, mas só 10 por cento deste lote é processado localmente. Para inverter esta tendência inaceitável, a fonte propõe parcerias do tipo alianças globais de desenvolvimento, em que as grandes companhias detentoras de conhecimento e mercados se predispõe a apoiar as companhias nacionais.

A medida visa permitir uma intervenção conjunta na cadeia de valores de caju, produzindo, processando e comercializando numa base mais justa de divisão de lucros.

“É preciso que tenhamos consciência de que apesar de todas as vicissitudes inerentes a um processo de criação de novas relações, o factor de sucesso depende fundamentalmente de nós”, sublinhou Costa.

A directora do Instituto Nacional de Caju (INCAJU), Filomena Maiopué, também presente no encontro, disse que Moçambique com a melhor indústria no continente e uma produção de 30 mil toneladas ano enfrenta sérios constrangimentos financeiros que inviabilizam a sua expansão à escala nacional.

“O país tem capacidade para processar 30 mil toneladas, apesar de a indústria não estar a operar na sua plenitude”, disse Maiopué, apontando, porém, que as discussões a nível do governo, através do Ministério da Agricultura, assim como alguns parceiros poderão dar um novo alento nos próximos anos.

Um financiamento na ordem de 20 mil até 50 milhões de dólares é o valor necessário para relançar a indústria a escala nacional e, segundo a fonte, o forte interesse a volta da questão.

A directora disse, por outro lado, que Moçambique transmitirá a sua vasta experiência no domínio da investigação e produção de plantas melhoradas do caju. O país tem igualmente uma experiência bem sucedida de substituição das suas plantas cuja maioria tem entre 30 a 50 anos de existência.

Nos três dias da 5ª conferência, além de debates está prevista uma deslocação a província de Nampula, norte do país, onde se concentra a maior parte da indústria nacional.

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