Winnie Madikizela-Mandela, segunda esposa de Nelson Mandela, está a contestar o testamento deixado pelo primeiro Presidente negro da África do Sul ao reivindicar o direito de propriedade da casa de Qunu, na Província do Eastern Cape.
O advogado de Winnie, Mvuyo Notyesi, terá endereçado há duas semanas atrás, uma carta reivindicativa ao vice-juiz Presidente Dikgang Moseneke, um dos co-executores do testamento de Mandela.
Na carta, Notyesi, argumenta que os costumes do clã AbaThembu, ditam que o direito de propriedade sejam conferidos a sua cliente Winnie e aos seus descendentes. “Este direito é conferido a esposa divorciada como não,” lê-se da carta do advogado Notyesi.
Segundo o advogado, é na propriedade de Qunu, que os filhos e netos da senhora Madikizela-Mandela, podem praticar os seus rituais ou custumes tradicionais.
Como suporte a esta reivindicação, outras cartas foram enviadas pelos anciãos do clã AbaThembo, pelo rei Buyelekhaya Dalindyebo entre outros.
De acordo com a carta de reivindicação, não se tratava de um desafio, mas sim de um arranjo com base nos costumes e nos direitos tradicionais.
O vice-juiz Presidente do Tribunal Constitucional e um dos executores do testamento de Mandela, Dikgang Moseneke, já confirmou a recepção da carta reivindicativa e defendeu que esta seria analisada nesta quinta-feira.
Winnie Madikizela-Mandela, que foi esposa de Nelson Mandela por 38 anos, não foi contemplada no testamento deixado pelo ícon da luta contra a segregação racial na África do Sul. Este testamento foi tornado público em Fevereiro último, após a morte de Mandela a 5 de Dezembro de 2013.