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Rússia vai fornecer reactores nucleares à África do Sul

A Rússia vai fornecer oito reactores nucleares à África do Sul até 2023, uma operação orçada em cerca de 50 mil milhões de dólares, informou nesta segunda-feira a agência russa de energia atómica, Rosatom. A entrega destes reactores vai possibilitar a entrada em funcionamento da primeira central nuclear de África assente em tecnologia oriunda da Federação Russa.

O director executivo da Rosatom, Sergey Kirienko, estimou que o negócio poderá custar cerca de 50 mil milhões de dólares, dado que o valor de um reactor ronda à volta de cinco mil milhões de dólares, de acordo com os dados da agência de informação Itar-Tass. Este contrato intergovernamental foi assinado em Viena, Áustria, à margem da Conferência Internacional de Energia Atómica.

À luz do acordo, a Rússia deverá prestar assistência na montagem de infra-estruturas que irão suportar os reactores e treinar especialistas africanos em universidades russas. Espera-se que a Rosatom venha a criar vários postos de trabalho na África do Sul, como parte do acordo, e gerar cerca de 10 mil milhões de dólares para a indústria local.

Para a ministra sul-africana da Energia, Tina Joemat-Pettersson, a energia nuclear é uma peça-chave para o desenvolvimento da economia do país. “Estou certa de que a cooperação com a Rússia irá ajudar-nos na concretização do nosso plano de até 2030 passarmos a contar com uma nova instalação nuclear, baseada numa tecnologia segura e moderna,” defendeu Joemat-Pettersson em comunicado.

Oito reactores até 2035

A África do Sul, o país mais industrializado de África, conta actualmente com uma instalação de energia atómica. O país depende, substancialmente, do carvão mineral para a geração da corrente eléctrica e a capacidade de fornecimento da mesma está próxima do limite.

O Governo havia anunciado nos finais do ano passado que cerca de oito reactores nucleares entrariam em funcionamento entre 2023 e 2035, em paralelo com as outras fontes de energia, incluindo o gás natural e a energia hidroeléctrica proveniente da futura barragem de Inga III da República Democrática do Congo.

A ambição sul-africana de passar a utilizar energia nuclear terá atraído diversas propostas internacionais. A companhia francesa Areva, a responsável pela construção da única central nuclear na África do Sul em Koeberg, havia proposto o fornecimento ao país dos seus reactores nucleares de última geração.

O Governo de Pretória havia solicitado uma manifestação de interesse junto da companhia Westinghouse de capitais norte-americanos e japoneses. Os novos reactores provenientes da Rússia poderão estar operacionais até 2023. A implementação deste projecto servirá para suprir os grandes défices da energia eléctrica no país.

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