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África do Sul: Malema acusado de lavagem de dinheiro

Julius Malema, o destituído líder da ala juvenil do Congresso Nacional Africano, ANC, compareceu nesta quarta-feira(26) perante o Tribunal de Polokwane, para responder às acusações de corrupção, fraude e lavagem de dinheiro, e foi solto mediante pagamento de 10 mil randes de caução, o que lhe permite aguardar o julgamento em liberdade.

Por falta de provas, o tribunal viu-se forçado a retirar as acusações de corrupção e de fraude, e manteve a de lavagem de dinheiro, alegadamente porque Malema terá recebido, de uma forma imprópria, cerca de 4.2 milhões de randes em comissões na adjudicação de concursos públicos.

“Não estou a tremer… Irei continuar com a luta pela independência económica. Nesta quinta-feira irei visitar a mina de platina Impala, para apoiar as reivindicações de aumento salarial”, afirmou Malema aos seus apoiantes que se encontravam no exterior tribunal.

Aos seus simpatizantes, Julius Malema disse que estava feliz por ter um caso em tribunal e que estava preparado para responder às perguntas da corte, e referiu que não tinha nada a esconder porque “só os criminosos é que fogem da justiça”.

Malema voltou mais uma vez a atacar o Presidente da República da África do Sul e do ANC, Jacob Zuma, e defendeu a sua não reeleição no próximo congresso do partido, a ter lugar em Dezembro em Mangaung.

“Nós temos de fazer de tudo para que Jacob Zuma não seja indicado para a presidência do ANC. Destituam-no como presidente. Ele tem mais de 700 acusações e eu apenas uma”, rebateu.

Sempre controverso, ele agradeceu o apoio prestado pelos apoiantes que se deslocaram de diversos pontos da África do Sul até Polokwane, especialmente os que cumpriram uma vigília de solidariedade na noite de terça para quarta-feira. Os agradecimentos foram ainda para a nova liderança da Liga Juvenil, em particular para a sua respectiva porta-voz, Magdalene Moonsamy, que tem defendido a causa Malema.

Segundo Julius Malema, os órgãos governamentais estão a caçá-lo. “Eu constituo um objecto de humilhação… os media estão contra mim. Nós não iremos tolerar actos de ditadura”.

Numa audiência de cerca de 10 minutos, Malema, abdicou do seu traje habitual caracterizado por uma boina preta ao estilo de Che Guevara e camiseta branca, comparecendo perante o tribunal de fato. Mesmo com o seu afastamento do ANC em Abril último devido à “indisciplina crónica”, Julius Malema, tratado pelos seus apoiantes por Juju, regressou à senda política com o espírito vingativo nas últimas semanas, ao proferir críticas públicas contra Jacob Zuma e as lideranças do ANC.

Nos últimos meses, ele é investigado por suspeita de corrupção, fraude e lavagem de dinheiro, cujos casos estão ligados a concursos públicos, em que, segundo o tribunal, foram beneficiados os seus aliados políticos na província de Limpopo, onde o Ministério das Finanças alega que milhões de dólares têm desaparecido anualmente dos cofres de Estado devido a actos de corrupção.

A frota luxuosa de carros, os diversos relógios caros de marca Swiss e as constantes festas regadas de champagne, atraíram o Serviço Nacional de Impostos, SARS, que ao longo do fim-de-semana alegou que Malema devia cerca de 16 milhões de randes em impostos.

Os seguidores e defensores de Malema consideram que se trata de uma perseguição política. “Este caso constitui um abuso de poder por parte de Zuma contra Malema,” defendeu uma simpatizante de nome Sonett Masemola.

Para Luterdo Mothurwane, um dos membros da liga juvenil do ANC, Malema está a ganhar mais simpatizantes do que o presidente Jacob Zuma, pelo facto de o primeiro estar em sintonia com o povo e por ser mais inteligente.

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