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África do Sul: Casas prometidas e não entregues geram protestos, um morto e a danificação de bens

Um morto, dois veículos incendiados, vandalização e destruição da estação dos caminhos-de-ferro de Newclare é o balanço dos protestos desta segunda-feira protagonizados por mais de uma centena de residentes do bairro Kathrada Park, em Joanesburgo, que exigiam casas prometidas desde 2002 pelo governo local.

Munidos de paus, pedras e de bombas de petróleo, os manifestantes invadiram as instalações dos caminhos-de-ferro de Newclare, destruido as portas e janelas e, em seguida incendiaram o local. Um guarda da estação abriu fogo, tendo alvejado mortalmente um dos manifestantes.

A rua principal de Newclare foi encerrada pelos manifestantes. Estes inviabilizaram a circulação de pessoas e de viaturas com recurso a pneus a arder, troncos de arvores e de pedras. Somente os carros blindados da Polícia é que conseguiram avançar no terreno.

“Queremos as nossas residências prometidas há bons anos e nada a mais”, gritavam os manifestantes. Alguns entoavam hinos e dançavam, enquanto os outros se encarregavam de atirar pedras e incendiar duas viaturas pertecentes a estação ferroviária, que se encontravam estacionadas no local.

“Vivemos em shacks (casas de construção precária). Vocês sabem o que acontece quando estas habitações pegam fogo? As pessoas morrem,” gritou um dos manifestantes.

Um agente da Polícia ouvido pela SA Fm, pertecente à cadeia de rádios e televisões públicas da África do Sul (SABC, sigla em inglês), defendeu que depois dos eventos de Marikana, quando a Polícia alvejou mortalmente mais de 30 mineiros em greve, os agentes da lei e ordem têm tido limitações no uso da força para dispersar manifestantes.

Problema da província

A Polícia conseguiu controlar a situação com o lançamento de gás lacrimogénio e disparo de balas de borracha. Com o acalmar dos ânimos, a presidente do município, Susan Stewart, rodeada de agentes da lei e ordem discursou perante os manifestantes.

Stewart alegou que a falta de habitação era um problema de toda a província de Gauteng (que engloba as cidades de Pretória e de Joanesburgo), e que estava a pressionar o governo provincial no sentido de se cumprir com a promessa feita em 2002. Estas explicações não foram do agrado dos populares e os ânimos voltaram a intensificar-se.

Descontentes com a explicação, estes tentaram agredir a presidente do município, que teve de ser escoltada pela Polícia para evitar o pior. Em seguida os protestantes voltaram a atirar pedras e bombas de petróleo. Em resposta, a Polícia disparou balas de borracha e gás lacrimogénio. A Polícia começou a deter e a perseguir os manifestantes que fugiam do ataque.

Este cenário foi seguido de perto pelos jornalistas que eram transportados em carros que circulavam a excassos metros dos veículos policiais. Por seu turno, o porta-voz da Polícia, Jerbes de Bruyn, confirmou a abertura de um processo-crime contra o segurança que alvejou mortalmente um dos integrantes dos protestos, e a detenção de um grande número de manifestantes em conexão com a vandalização de bens do Estado e de violência em locais públicos.

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