O líder da Renamo Afonso Dhlakama desembarcou no princípio da noite desta quinta-feira (04), no Aeroporto Internacional de Mavalane, na capital moçambicana, onde foi recebido com apoteose e ovações por centenas de membros, simpatizantes e curiosos. Ele regressa a Maputo quase cinco anos depois e nesta sexta-feira (05) deverá manter um encontro com o Presidente da República, Armando Guebuza, para homologarem a declaração do cessar-fogo e dos três documentos consensualizados na mesa do diálogo político.
Afonso Dhlakama abandonou o seu esconderijo algures nas matas de Gorongosa, na província de Sofala, e viajou até à cidade de Chimoio, em Manica, onde manteve um encontro com a população local, acto que marcou o início de campanha eleitoral que já vai no quinto dia.
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Na sua aparição pública depois de anos escondidos, supostamente algures em Sofala, diga-se em abono da verdade, o presidente da Renamo foi recebido de forma pomposa, aos gritos e emoção e aplausos. Num comício, ele disse que vai participar nas eleições para lutar contra a má gestão do país. “A minha ausência foi necessária para repor o multipartidarismo”.
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Horas depois, Dhlakama, que se considera “pai da democracia”, abandonou o centro da cidade de Chimoio em direcção ao aeroporto local, a partir de onde voou até Maputo.
A partir da da bagageira de uma carinha, o líder da Renamo dirigiu para a multidão que o aguardava durante horas a fio, tendo dito que quando disse que ia obrigar a Frelimo sentar para dialogar ninguém acreditava mas eis a prova. E agradeceu ao povo pela sua paciência com vista a alcançar a democracia.
“Dhlakama já chegou, o povo de Moçambique ganhou, a democracia ganhou, Dhlakama trouxe a democracia”, disse Dhlakama a centenas de membros e simpatizantes do seu partido que afluíram ao Aeroporto Internacional de Maputo.
Após o discurso, Dhlakama foi conduzido para o Indy Village, sito quase nas proximidades da sua residência, onde deverá passar a noite.
Nesta sexta-feira o líder da Renamo vai encontrar-se com o Presiente de Moçambique, Armando Guebuza, nas instalações da Presidência onde os dois líderes deverão ratificar o acordo assinado pelas delegações negociais da Renamo e do Governo moçambicano, com vista à cessação das hostilidades militares, que eclodiram no país há cerca de um ano e meio.
Afonso Dhlakama deixou a capital moçambicana no contexto da crise política que se seguiu à derrota da Renamo nas eleições gerais de 2009, instalando-se, primeiro, na cidade de Nampula, e depois em Satungira de onde foi obrigado retirar-se, após um ataque das Forças Governamentais, refugiando-se algures na Serra da Gorongosa.
O líder da Renamo não anunciou se, após o encontro com o Presidente Guebuza, vai fixar residência na cidade de Maputo, assegurando apenas que vai escolher uma das três casas disponíveis, sendo uma em Maputo (sul), a segunda em Nampula (norte) e a terceira em Satunjira (Gorongosa, sul), deixando em aberto a possibilidade de regressar às encostas da serra da Gorongosa.