Nascida em São Paulo, Adriana Alves de Oliveira começou por ser modelo aos 17 anos de idade e, aos 19 – após assistir a uma aula de teatro numa associação chamada CHEHFA -, decidiu abraçar a carreira de actriz e nunca mais parou.
@Verdade (@V) – Já esteve em Moçambique de férias?
Adriana Alves (AA) – A primeira vez que cá estive foi no ano passado, e vim para as gravações do filme “O Último Voo do Flamingo”. Esta é a segunda vez que estou cá e vim para a préestreia do filme. Nunca vim a passeio…
@V – Voltaria a Moçambique para conhecer melhor o país?
AA – Voltaria com certeza. E o meu marido gostaria de estar aqui comigo, mas infelizmente teve de viajar. Foi uma viagem de trabalho. Tínhamos planos de vir cá e conhecer melhor o país porque eu também não tive oportunidade de conhecer, mas com certeza faz parte dos nossos planos futuros.
@V – Como se sentiu quando foi convidada a participar no filme “O Último Voo do Flamingo”?
AA – Senti-me privilegiada e lisonjeada, sobretudo pelo facto de o convite vir de um outro continente. Eu tenho plena noção da qualidade dos actores moçambicanos, e de que bem poderiam ter escolhido uma actriz local para fazer o papel. Mas, para mim, foi um privilégio saber que pude vir do Brasil e pude trazer um pouco da nossa história também para esse filme. Apesar de a personagem ser bastante polémica, penso que é um privilégio para mim saber que transformaram essa personagem numa mulher brasileira que vive em Moçambique. Acho, portanto, que é um grande presente.
@V – Qual é o tipo de filme que mais gosta de fazer?
AA – Sou actriz, e toda a actriz gosta de actuar. Eu ainda não tive o privilégio de fazer o papel de uma grande vilã, este é meu desejo. Gosto de comédia, drama. Mas o mais importante é apaixonar- se pela personagem. Aliás, a partir do momento que uma pessoa se identifica com a personagem, ela cria um vínculo e dá o seu melhor. Eu gosto de todos os géneros.
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@V – Já ouviu música moçambicana?
AA – Sim, já ouvi muitas músicas moçambicanas. Tenho um grande amigo cantor que é muito conhecido aqui: é o Stewart Sukuma. Sou fã de Stewart. Quando ele esteve no Brasil, deixou os seus CD’s e todo o mundo escutava as músicas. Stewart é o cantor que, além de ser meu amigo, é o que eu mais conheço. Conheço também a Mingas, mas não muito. Acho-a incrível, tem uma voz doce e tem uma ginga (como vocês dizem) maravilhosa. Conheço um pouco, sim, da música moçambicana.
@V – Pensa em mais intercâmbios entre Brasil e Moçambique?
AA – Tenho aqui bons relacionamentos, bons amigos, e penso que podemos fazer outras coisas. Podemos ter outros intercâmbios, não sei exactamente em que área, mas o futuro só a Deus pertence. Mas vamos ver o que vai acontecer no futuro, mas ainda não sei dizer. Penso que a gente pode fazer outras coisas.
@V – Para manter ter esse corpo maravilhoso, faz muita ginástica? Gosta de desporto?
AA – Gosto de praticar desporto. Na verdade, gosto de fazer exercícios físicos, fazem parte da minha vida ao longo dos anos. Já agora obrigada pelo elogio. Mas acho que toda a mulher tem de ser vaidosa. Estou num hotel maravilhoso, já procurei saber onde fica a sala de ginástica. Ainda estou num outro fuso horário, um pouco cansada ainda, mas amanhã já vou visitar a sala.
@V – Ser casada com um chef de cozinha faz-lhe fugir das tentações?
AA – Na verdade, o meu marido é um grande chef e nós dois temos de nos cuidar porque trabalhamos com a nossa imagem e por isso não devemos abusar dela. Nos finais de semana, costumamos sair mas só para comer coisas mais leves. Geralmente, ele vai à cozinha mas não faz aquelas guloseimas que as pessoas vêem na televisão se não estaríamos perdidos! Comemos o que gostamos mas sem exagero, assim a gente consegue manter a forma.
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@V – Tem filhos?
AA – Não. @V – E o seu marido?
AA – O Olivier tem dois filhos, a Júlia e o Hugo, mas nós ainda não tivemos filhos.
@V – Pretendem ter filhos?
AA – Sim, pensamos em ter filhos, mas não são planos para este ano. Acho que falta algum tempo, casámo-nos oficialmente este ano e ainda estamos em clima de lua de mel.
@V – Qual é o seu prato favorito?
AA – O meu marido faz um prato que ele chama “arroz de frutos do mar”, que é incrível! Tem vários pratos de que gosto muito mas tudo é ligado a peixe e frutos do mar. Agrada-me muito! E esse prato feito por ele é realmente sensacional. Gosto muito!
@V – Que prato moçambicano provou e que tenha gostado?
AA – Já provei pratos moçambicanos, tem um que gosto muito e, por incrível que pareça, ele é de caranguejo, não me lembro do nome. Mas é um prato feito de caranguejo, leite de coco, algumas especiarias que eu provei em Moçambique que eu achei divinas. Gostei muito e acho que a variedade que vocês têm aqui de frutos do mar é grande, eu gosto muito!
@V – Gosta de “chope”? Já provou alguma cerveja moçambicana?
AA – Gosto sim, já provei a Laurentina e gostei.
@V – Acha que Moçambique tem alguma semelhança com o Brasil?
AA – A língua portuguesa, claro, é o que mais nos aproxima. As pessoas são muito gentis e atenciosas o tempo todo, e isso deixa-me lisonjeada porque, infelizmente, nos dias de hoje, as pessoas não têm tempo de dar tanta atenção ao próximo. A maior proximidade que eu vejo com o povo brasileiro é a novela que passa por aqui, a nossa língua portuguesa, com a qual nos comunicamos sem problema. Alguns costumes são parecidos e também alguns estilos musicais, sem dúvida estou em outro país que se chama Moçambique, mas eu tenho boas referências aqui também do nosso Brasil.
@V – Obrigada. Espero que volte aqui com o seu marido.
AA – Obrigada, um grande beijo e até a próxima e não se esqueçam de assistir o “Último Voo do Flamingo”, esse filme ainda vai dar muito que falar!
Adriana Alves consta, por assim dizer, na lista das actrizes que não têm mais nada a provar no mundo da representação.
Prestes a completar 34 anos de idade, a actriz brasileira conta hoje com uma vasta experiência. Dentre os inúmeros trabalhos que fez, destaca-se a sua participação na telenovela “Duas Caras” e, recentemente, no filme “O Último Voo do Flamingo” do realizador moçambicano João Ribeiro.
Formada na arte de representar pelo Sindicato dos Artistas de São Paulo, e em Publicidade e Propaganda pela Universidade Bandeirante, Adriana Alves é casada com um chef de cozinha de nome Olivier Anquier. Da conversa que mantivemos com ela, apresentamos aos nossos leitores os extractos mais significativos.