Três adolescentes com idades compreendidas entre 15 e 17 anos foram detidos, no passado fim-de-semana, na cidade da Beira, província de Sofala, acusados de tentativa de assassinar uma senhora, que por sinal é mãe de um deles.
Os acusados surpreenderam a vítima, em casa, por volta das 23h00, e simularam um assalto.
Eles apoderaram-se de dinheiro e recolheram diversos bens com o intuito de vender para comprar drogas, segundo a Polícia da República de Moçambique (PRM).
O filho da vítima, convencido de que a mãe já estava morta, ateou fogo na residência, na tentativa de desvirtuar os factos.
Em seguida, o miúdo dirigiu-se ao guarda do edifício, a quem pediu socorro, alegando que a progenitora tinha tentado se suicidar com recurso a fogo posto.
Felizmente, apesar dos ferimentos graves que a senhora contraiu, o pior não aconteceu porque o vigilante foi ágil ao chamar o Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP).
A partir da cama do Hospital Central da Beira (HCB), a mulher contou que, na altura dos factos, ela estava sentada na sala a assistir à televisão. De repente, apercebeu-se de que alguém tentava matá-la. “Alguém apertou-me o pescoço e sufocava-me com uma almofada”.
Em seguida, ela perdeu os sentidos e não se lembra de mais nada. “Disseram que havia fogo em casa mas não me recordo de nada. Acho que foi um assalto”.
Por sua vez, o filho disse que abriu a porta julgando que se tratava do seu irmão mais velho a regressar de algures.
Contudo, ao abrir a porta, foi dominado por dois supostos assaltantes, por sinal os mesmos que foram presos na sua companhia. Eles estavam munidos com uma arma de fogo do tipo pistola.
O miúdo não explicou, com clareza, por que motivo ele se juntou aos presumíveis bandidos contra a sua própria progenitora.
“Eu pensava que ela já estava morta. Carreguei a ela até ao quarto, levei diesel e espalhei pela casa. Eu não sabia que ela estava viva e queria acender fogo com eles todos [incluindo os comparsas] lá dentro”, narrou o adolescente e declarou, a dado momento, que está arrependido.
Os médicos do HCB disseram que a vítima sofreu queimaduras do segundo grau. O estado clínico dela é estável mas é preciso esperar pelas próximas horas para determinar a evolução da sua saúde.