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Administradora de Mossuril queixa-se de um velho problema ainda sem solução, a defecação a céu aberto

A vila de Mossuril, sede do distrito do mesmo nome, na província de Nampula, é considerada um dos centros urbanos com graves problemas de saneamento do meio naquela parcela do território moçambicano, facto que se agrava por causa da defecação em lugares impróprios e inobservância das normas de higiene. Porém, o problema não é recente e o que tem faltado são acções com vista a combatê-lo.

As autoridades locais mostram-se inquietas devido à defecação a céu aberto. Em alguns bairros periféricos da cidade de Nampula, em particular, dispor de uma latrina é um luxo. Os moradores recorrem aos riachos para fazer as suas necessidades, tanto durante o dia como à noite. Por via disso, as moscas espalharem excrementos humanos, a partir dos locais de defecação a céu aberto para os alimentos, o que tem gerado diferentes doenças.

Para além de Mossuril, o governo construiu centenas de latrinas nos distritos onde considera a situação alarmante, nomeadamente Moma, Mogincual, Mogovolas, Ilha de Moçambique, Memba, Nacala- Porto e Nacala-a-Velha, Monapo, Nacaroa, cidade de Nampula, Erati e Meconta. Contudo, a precariedade do saneamento do meio prevalece.

De acordo com Nerina Jone, administradora de Mossuril, as pequenas escavações com recurso a enxadas de cabo curto, para a deposição dos excrementos humanos, localmente conhecidas por “prática do gato”, efectuada pela maior das famílias, são descritas como as que fazem com que a saúde pública esteja em xeque.

A regedora de Mossuril que falava na terça-feira (18), durante a primeira reunião provincial de água e saneamento, pediu o apoio do executivo local no sentido de intervir com afinco, não só na componente de sensibilização às comunidades, para o uso de latrinas, como também, na melhoria das condições de abastecimento de água, pois é um produto vital para, entre outros fins, a promoção de higiene.

Com uma população estimada em cerca de 20 mil habitantes, a vila de Mossuril debate-se com uma acentuada crise de água potável, havendo famílias que se servem apenas de fontes alternativas, como os casos de poços caseiros e em deplorável estado de conservação. Por se localizar a menos de 15 quilómetros da costa, o lençol freático não fornece condições a expansão da rede de água, pois a água apresenta maior teor de sal.

Como forma de contornar o cenário, a governante disse que existe dinheiro para a reabilitação de um pequeno sistema que dista a cerca de oito quilómetros da sede do distrito, tendo, por isso, encorajado o sector de Obras Publicas, Habitação e Recursos Hídricos no sentido de acelerar o estudo de viabilidade do projecto para o efeito.

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