O juiz Yogesh Khanna sentenciou à pena de morte nesta sexta-feira os quatro acusados pelo caso do estupro coletivo seguido do assassinato de uma jovem estudante em dezembro do ano passado e que comoveu o país.
O juiz Yogesh Khanna justificou a condenação ao afirmar que o estupro seguido de morte é um “caso extraordinário entre os extraordinários”, classificação usada na Índia para crimes bárbaros e traição. “Este caso exige um castigo exemplar com a morte. Nestes tempos em que os crimes contra as mulheres estão aumentando, os tribunais não podem fechar os olhos”, disse Khanna.
O juiz acrescentou que o estupro “comoveu a consciência coletiva” do país. Após escutar a sentença, um dos acusados, o monitor escolar Vinay Sharma, começou a chorar, enquanto muitos dos presentes na sala aplaudiam. O advogado de Sharma e de outro dos condenados gritou ao juiz que a decisão “não é a vitória da verdade mas a derrota da justiça”.
Um forte esquema de segurança foi montado em torno do tribunal, onde se reuniram dezenas de pessoas. A corte já tinha declarado na terça-feira os quatro acusados culpados de 13 crimes, entre eles estupro e assassinato.
Na quarta-feira, a promotoria pediu a pena capital para os acusados, enquanto a defesa defendeu a prisão perpétua. A vítima, uma estudante de fisioterapia de 23 anos, foi estuprada e torturada em Nova Dhéli por seis homens num autocarro quando voltava para casa do cinema. A jovem morreu 13 dias depois em um hospital de Cingapura.
Dos outros dois acusados pelo caso, um era menor de idade quando ocorreram os fatos e foi condenado há quase duas semanas a três anos de reclusão em uma casa correcional. E o sexto envolvido e suposto líder do grupo se suicidou em março na prisão, segundo a versão oficial.
O ataque provocou uma onda de protestos no país e gerou um profundo debate sobre e violência que as mulheres sofrem na Índia. Desde o crime, há nove meses, a Índia vive um estado de tensão pelas contínuas acusações de agressões sexuais divulgadas pela imprensa local e internacional.