Grupos de direitos humanos pediram ao cantor espanhol Julio Iglesias para que se distancie do governo da Guiné Equatorial, onde ele tem um show marcado para próxima semana.
Em carta datada de 26 de Setembro e obtida, esta Quinta-feira (4), pela Reuters, as entidades norte-americanas Human Rights Watch (HRW) e EGJustice pedem ao cantor que verifique como o show está a ser financiado, num país que recebe enormes dividendos por seus recursos naturais, mas que ainda enfrenta uma pobreza generalizada.
Os Estados Unidos e outros governos ocidentais acusam o governo da Guiné Equatorial de cometer graves violações dos direitos humanos e dizem que os seus líderes estão a acumular fortunas pessoais com a venda de petróleo.
A HRW afirmou que o show de Iglesias está a ser organizado pela TNO Production Guinea Ecuatorial, empresa de propriedade de um filho do presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, alvo de várias investigações por corrupção no exterior.
“Não estamos a pedir para cancelar a sua apresentação em Malabo, mas esperamos que se informe sobre as controvérsias que cercam o senhor Nguema e também sobre as preocupações a respeito do histórico do governo do presidente Obiang”, disse a carta.
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo governa há mais de três décadas a ex-colónia espanhola na África. A assessoria de Iglesias não se manifestou.