A actividade económica em Moçambique regista um abrandamento de cerca de 5,6%, situação que mais se regista nas cerca de 24 mil microempresas, estando a lhes seguir as perto de 5400 unidades económicas de média dimensão em pleno funcionamento no país.
A situação deriva do impacto negativo das crises económica e financeira que se abatem sobre o mundo, segundo o Banco de Moçambique (BM), citando resultados de um estudo desenvolvido pelo Banco Mundial (BIRD) sobre o impacto daquelas crises na economia moçambicana.
As microempresas constituem cerca de 79,9% do universo de 28.870 empresas de dimensões micro, pequenas, médias e grandes unidades económicas arroladas, em 2010, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), empregando as primeiras o correspondente a 14,1% do número global de trabalhadores.
Fontes de financiamento
O impacto negativo da crise agrava-se nas pequenas e médias empresas moçambicanas, particularmente, porque possuem fontes limitadas de financiamento, recorrendo, a sua maior parte, “a fundos internos, leasing e a amigos e familiares” para conseguirem dinheiro, segundo Felisberto Navalha, do Banco de Moçambique.
As pequenas e médias empresas moçambicanas que têm recorrido a bancos comerciais como suas fontes de financiamento são em percentagem ínfima (6,9%), isto porque a sua maioria “é incapaz de satisfazer as condições exigidas pelos bancos comerciais, incluindo colaterais”, segundo igualmente Navalha.
Aquele alto funcionário do banco central moçambicano concluiu, no seu mais recente estudo sobre Desafios de Financiamento às Pequenas e Médias Empresas em Ambiente da Crise Financeira, que constituem principais fontes do seu financiamento instituições não financeiras, ou seja, fundos públicos e microfinanceiras.
Em jeito de conclusão, Navalha sugere ao Governo a criação de um fundo de garantias para oferta de crédito bancário a taxas de juro reduzidas e negociações com seus parceiros externos linhas especiais de financiamento às pequenas e médias empresas.
Transparência & competitividade
Por outro lado, o pesquisador insta as empresas a legalizarem a sua actividade, a adequarem os capitais próprios para melhorar a sua solidez financeira, para além de aumentarem a transparência, produtividade e competitividade, enquanto ao Estado moçambicano recomenda a criação de infra-estruturas básicas, como transporte, telecomunicações e energia eléctrica e promoção de políticas que concorram para estabilidade macroeconómica e aumento da concorrência no mercado.