As autoridades que tutelam a área de Florestas e Fauna Bravia na província de Cabo Delegado, norte de Moçambique, abateram durante o ano passado, 53 animais que destruíam sistematicamente machambas e ameaçavam a integridade física da população local.
Eliseu Machava, governador da província, explica que para estancar as perdas de áreas de culturas causadas por animais de grande portes foram realizadas acções para afugentar a fauna bravia, bem como abertas machambas em bloco com o envolvimento de 45 caçadores comunitários e distribuídas 25 armas de caça e 320 munições para os locais críticos.
Estas acções culminaram com o abate dos 53 animais tidos como problemáticos, dentre os quais constam, 40 elefantes, sete crocodilos, dois leões, duas hienas e um búfalo, nos distritos de Mocímboa da Praia, Muidumbe, Montepuez, Namuno, Macomia, Meluco, Pemba-Metuge, Chiúre, Ancuabe, Mecufi, Nangade, Quissanga, Palma e Mueda.
Machava que falava, há dias, no momento de apresentação do balanço do grau de cumprimento do Plano Económico e Social de 2010, por ocasião da visita do Chefe do Estado, Armando Guebuza, disse que, de uma área de 1.001.991 hectares cultivada foram perdidos 2.591 hectares de culturas diversas.
As perdas foram originadas por destruições provocadas pelo conflito Homem/Fauna Bravia, inundações dos rios Messalo e Montepuez, ataques de pragas e doenças o que representa uma redução das perdas em 75 por cento tendo em conta que em 2009 estas contrariedades devastaram 10.253 hectares.
Paralelamente, para combater a destruição das machambas pelos animais, sobretudo elefantes, as populações estão a fazer machambas em bloco, e a plantar a Jatropha ao seu redor para proteger as suas machambas, tendo em conta que os paquidermes não se atrevem a violar a vedação feita com base nestas plantas.
Para mitigar os efeitos foram capacitados os administradores distritais, chefes dos postos administrativos e de localidades e líderes comunitários dos 17 distritos em matérias relacionadas com a prevenção e combate as queimadas descontroladas, implementação da directiva “Um Líder Uma Floresta Comunitária”.
No âmbito do cumprimento desta iniciativa presidencial, dos 1.404 líderes comunitários existentes naquela parcela do país 1.333 possuem florestas comunitárias ocupando uma área global de 3.473 hectares. As espécies privilegiadas neste programa foram a chanfuta, jambirre, umbila, panga, cajueiros, goiabeiras e mangueiras.
No tocante a iniciativa “Um Aluno Uma Arvore”, segundo o governador, foram plantadas 315 mudas, sendo 232.918 fruteiras e 82.906 de sombra o correspondente a uma realização de 81 por cento da meta de 390.371 plantas que havia sido planificada.