Um total de seis sistemas de abastecimento de água entraram, segunda-feira, 27 de Novembro, em funcionamento na província de Maputo, concretamente nos distritos de Matutuine (Nsime e Bedjile), Moamba (Bandoia e Muzele) e Magude (Massango e Pontia).
As infra-estruturas, construídas de raiz, custaram cerca de 125 milhões de meticais, devendo beneficiar, numa primeira fase, cerca de 12 mil pessoas, com a previsão de aumentar para 36 mil a longo prazo. Os sistemas de Nsime, Massango, Pontia e Bandoia possuem sistemas de dessalinização, dado que a água é salubre e é captada no subsolo, com recurso a bombas submersíveis alimentadas por energia fotovoltaica (painéis solares), que incluem baterias de lítio.
Em todos os sistemas foram instaladas tubagens com uma extensão que varia de 70 metros a 1.7 km. Foram, ainda, construídos quatro fontanários, efectuadas, 50 ligações domiciliárias e fornecidos 300 kits para novas ligações.
A cerimónia de inauguração dos sistemas teve lugar na localidade de Pontia, Posto Administrativo de Motaze, distrito de Magude, e foi dirigida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que realçou a importância do acto para o alcance dos objectivos do Programa Quinquenal do Governo 2020-2024, que preconiza o incremento da taxa de cobertura dos serviços de abastecimento de água nas zonas rurais e urbanas, dos 62%, em 2020, para os 65% até finais de 2023. “Os sistemas que hoje inaugurámos terão um impacto directo na melhoria da qualidade de vida da população dos distritos abrangidos.
Com os seis sistemas, a província de Maputo progride em termos de população com acesso à água potável de 74% para 76% de cobertura. É por essa razão que o Governo continua a planificar e investir em infra-estruturas visando a melhoria e expansão do abastecimento de água e saneamento seguro para os locais onde as populações ainda não beneficiam”, frisou Filipe Nyusi.
Na ocasião, o estadista sublinhou que a entrada em funcionamento destes sistemas vai concorrer para a redução de doenças hídricas, desnutrição crónica e contribuir para a retenção da rapariga na escola. “Torna-se cada vez mais evidente que o acesso à água potável significa mais saúde para a nossa população, mais assiduidade e melhor rendimento escolar para as nossas crianças, maior produção e produtividade e melhoria da qualidade de vida, de uma forma geral”.
Antes da conclusão dos projectos, financiados pelo Governo e parceiros de cooperação, no âmbito do Programa de Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR) as populações recorriam a poços não protegidos, riachos intermitentes, fontes dispersas (bombas manuais) para terem acesso ao precioso líquido, chegando, nalguns casos, a consumirem água salubre sem qualquer tipo de tratamento.
Por seu turno, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, apelou à conservação dos sistemas para que o Governo possa direccionar os recursos de que dispõe à construção de novas infra-estruturas em zonas onde ainda não existem. “Os desafios são enormes. O nosso compromisso é com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Até 2030, pretendemos alcançar que quase toda população tenha água potável. No próximo ano, temos muito mais sistemas por inaugurar em todo o país”, disse.
Num outro desenvolvimento, o governante chamou à atenção para a ocorrência do fenómeno El Nino, tendo instado à população a usar racionalmente o precioso líquido, assim como a apostar na captação e retenção da água da chuva em reservatórios. “O El Nino já se faz sentir nesta época chuvosa, podendo ser mais severo próximo ano. Aqui na zona Sul, a previsão é que haja pólos de seca. A situação vai ser complicada”, alertou.