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A um ponto do paraíso

Há muito que o campo dos muçulmanos não assistia a tamanha demonstração de poder da Liga Muçulmana, naquela que foi a grande goleada da jornada. Os verde-e-brancos derrotaram o FC Lichinga por 5-o e solidificaram a 1ª posição. O Maxaquene empatou no campo do Ferroviário da Beira e está a 9 pontos da Liga, quando há o mesmo número de pontos em disputa.

Um golo de Nelson, um de Maurício, um de Carlitos, um de Chana e outro de Mayunda sublinharam um triunfo incontestável, que também deixa a Liga Muçulmana a um ponto do título.

Era uma Liga Muçulmana confiante, aquela que iniciava o jogo com o FC Lichinga. Uma equipa ávida de golos e pontos para afastar suspeitas, com deficiências nas transições defensivas. Sabia-se de antemão que os niassenses não seriam a iguaria ideal para os muçulmanos voltarem a cimentar diferenças mas, a curto prazo, as muitas calorias do FC Lichinga poderiam saciar o apetite dos comandados de Artur Semedo. Esta era “apenas” uma refeição obrigatória na rota do título, daquelas consumidas quando não há tempo para nada mais elaborado.

A novidade

Mayunda Para encurtar distâncias com o trono do Moçambola, Artur Semedo decidia lançar Mayunda na equipa inicial. Ainda que pouco habituado a ser titular esta época, Mayunda surgia no lugar habitualmente ocupado por Vling. De resto, os mesmos dez que haviam participado no empate com o Atlético Muçulmano.

Já o técnico do FC Lichinga optava por uma formação de combate, mas com apenas Maninho e Paúnde na zona central do “miolo”. Começava aqui a tritura dos niassenses por parte dos muçulmanos.

Em superioridade numérica nesse sector do relvado, a primeira meia hora da Liga foi do melhor que já se viu da equipa na presente época. Circulação de bola evolutiva, correcto posicionamento de todos os elementos (com excepção de Fanuel) e pressão forte desde o primeiro momento.

Não surpreendia, por isso, o golo de Nelson aos 17 minutos, apontado num lance em que o mérito terá que ir em exclusivo para Maurício. O avançado recupera a bola sobre a esquerda do círculo central, arranca em drible até ao interior da área e descobre Nelson que desferiu um pontapé colocado para o fundo das redes de Valério. Um festim para os sentidos dos verdadeiros apreciadores de bom futebol.

Após a primeira mordidela na sua “fast food” de ocasião, a Liga poderia ter mastigado mais uma parte do inofensivo FC Lichinga. Mas assim não o quiseram Nelson e Carlitos, que desperdiçaram dois lances que, com outro discernimento, poderiam acabar no fundo das malhas. Aos 32 minutos, os adeptos da Liga viam Maurício ampliar a vantagem, antes do intervalo.

Bem-vindo, Bruno Morais

Perante tamanha superioridade, a Liga sentia que poderia desacelerar o seu nível de consumo durante a segunda metade. O desejo sôfrego transformavase em cómodo degustar, com a equipa limitada a gerir a sua superioridade e vantagem no marcador.

Mas havia tempo para mais três lances de perene inspiração. Primeiro, aos 64 minutos, quando uma tabelinha entre Nelson e Maurício decide trocar as voltas a Sadik e coloca o esférico no pé direito de Carlitos. O médio confirmava o bom momento que atravessa e fazia o 3-0.

O 4-0 era uma sinfonia aos recursos técnicos de Maurício. O ponta de lança solicitava Chaná e este marcava pela primeira vez na partida. Já em cima da hora, Mayunda, limitar-se-ia a aumentar a diferença, depois de um cruzamento de Silvério.

Quanto à equipa de arbitragem, muitos erros: não castigou com cartões amarelos duas faltas sobre Nelson, não mostrou o amarelo a Fanuel à entrada da área de Neco.

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