Enquanto o Governo do partido Frelimo exalta a soberania, a defesa da pátria e avisa que sobre alegada ingerência dos Parceiros de Cooperação nas Eleições Gerais deste ano o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE)lançou o alerta: “Estamos com um défice de cerca de 60 por cento, daquilo que é previsto”. O pleito está orçado em 6,5 biliões de meticais que o Presidente da República está a “pidir” à “mão externa”.
Após acusar os Estados Unidos da América de ingerência nas Autárquicas de 2018 e ter dito aos Membros do Corpo Diplomático que “Os moçambicanos deverão decidir sobre o seu destino, sem manipulação, porque só assim o país poderá assegurar a estabilidade real” o Presidente Filipe Nyusi apelou a generosidade dos Parceiros de Cooperação.
“Em 2019, temos o desafio da preparação e realização das Sextas (VI) Eleições Gerais, exercício democrático em que esperamos contar, mais uma vez, com o apoio de todos os parceiros para que as mesmas sejam bem-sucedidas e se transformem em momento de festa para os moçambicanos”, afirmou o Chefe de Estado no passado dia 23.
O que não estava claro era a que “apoio” Nyusi se referia. Na semana finda Abdul Carimo Sau, o presidente da CNE, revelou: “Estamos com um défice de cerca de 60 por cento , daquilo que é previsto”.
Estranhamente estes apelos à generosidade da chamada “mão externa” acontecem depois do Executivo haver inscrito na componente de investimentos com fundos internos do seu OE para este ano 6,5 biliões de meticais para o “ciclo eleitoral – eleições presidenciais, parlamentares e assembleias provinciais 2018”.
Até ao momento apenas a União Europeia disponibilizou-se para apoiar as Gerais desde ano com 9 milhões de euros, cerca de 630 milhões de meticais.
O ciclo eleitoral deste ano inicia formalmente no próximo dia 4 de Março quando arrancar o recenseamento para a eleição agendada para o dia 15 de Outubro de 2019.