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A mulher que ensina a conduzir veículos

Laura Zandamela, de 45 anos de idade, residente no bairro Infulene ”A”, no município da Matola, trata todo o tipo de volantes de carros por “tu”. Há 19 anos que ensina homens e mulheres a conduzirem viaturas, uma profissão que, na sua opinião, exige inteligência, paciência e domínio do volante, sobretudo do Código da Estrada.

Contrariamente às mulheres que crescem com o sonho de serem médicas, locutoras, jornalistas, dentre outras profissões, Laura Zandamela é “apaixonada” pelo volante desde a infância. Mas para concretizar o seu sonho foi preciso “desafiar” o seu pai, o qual achava que conduzir era apenas um direito reservado aos homens. Por isso, a nossa entrevistada começou a dirigir às escondidas.

“Um dia, o meu pai ausentou-se de casa e peguei no carro dele e decidi dar algumas voltas, porém, ele descobriu-me. Pensei que ele fosse chatear-se comigo mas chegou perto de mim e disse que estava orgulhosa de mim e eu conduzia tão bem”, contou-nos Laura Zandamela, que nos disse, também, ter crescido a admirar a forma como o seu pai conduzia.

O progenitor da nossa interlocutora era motorista profissional de uma grande empresa e Laura Zandamela cobiçava isso e desejava seguir o mesmo caminho. Por isso, em 1989, ela matriculou-se na Escola de Condução da Cidade de Maputo.

Em 1994, ela já trabalhava com carros graças à instrução que recebeu na Escola de Condução do Indico, no bairro do Alto-Maé. Hoje, Laura Zandamela ensina a conduzir carros para todas as categorias. E considera o camião a sua segunda casa porque é no seu interior onde passava maior parte do seu tempo.

A principal dificuldade que aponta no seu trabalho é a falta de espaços livres para ensinar à vontade aos seus alunos. Os engarrafamentos que se registam nas diferentes artérias da urbe também dificultam as actividades de instrução para a condução, durante as aulas práticas.

Laura Zandamela considera que alguns automobilistas não aplicam durante a condução o que aprendem nas escolas. Eles não respeitam os sinais de trânsito, fazem manobras em lugares e momentos impróprios, ignoram a norma prioridade durante a condução, desprezam os peões e outros nem licença para dirigir veículos têm. Na via pública há uma atitude de “salve-se quem puder”.

Num outro desenvolvimento, a nossa entrevistada lamentou o comportamento negativo de alguns agentes da Policia, quer de Trânsito, quer da Protecção, que se faz à via pública para a fiscalização, mas enveredam pela corrupção e deixam de passar as multas em caso de infracções.

Por sua vez, segundo Laura, o Governo é também culpado na medida em que criou um sistema burocrático que facilita a corrupção e impunidade. Há pessoas que compram cartas de condução, outras atropelam e matam nas vias públicas mas em poucos casos são punidas por isso.

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