Estudantes do Instituto Superior de Ciências e Tecnologias de Moçambique (ISCTEM), em Maputo, paralisaram as aulas na terça-feira passada, protestando contra o aumento das taxas mensais que considerarem de inexplicável. Além disso, os estudantes afirmam que a medida foi tomada sem aviso prévio.
Segundo os estudantes, um dos casos mais gritantes verifica-se nos cursos de Medicina Geral, para os quais os estudantes do 1º ano são obrigados a pagar uma propina mensal de pouco mais de 15 mil meticais contra os dez mil que pagavam anteriormente (um dólar equivale a 36,70 meticais ao câmbio corrente).
Para os do curso de Medicina Dentária, com a nova taxa os alunos são agora obrigados a desembolsar cerca de onze mil meticais, contra cerca de 7.300,00 meticais que vigoravam antes. As mensalidades no ISCTEM, segundo anunciou a Rádio Moçambique (RM), foram reajustadas em alta para todos os cursos.
Os estudantes dizem que, ao que tudo indica, a atitude daquela instituição surge em resposta à recente medida tomada pelo Governo de banir o uso de moeda estrangeira no pagamento de despesas de ensino. O secretário-geral do ISCTEM, Mohamed Naguib, disse estar a par das preocupações dos estudantes. Contudo, adverte que a paralisação das aulas é ilegal, tendo em conta que a mesma não observou os critérios que regem a realização de acções deste género no país.
Ainda que a manifestação tenha sido pacífica, agentes da polícia, munidos de metralhadoras do tipo AKM, fizeram-se ao local da manifestação, supostamente solicitados para controlar os ânimos. Os estudantes do período pós-laboral também se juntaram em frente das instalações daquele estabelecimento de Ensino Superior, num gesto de concordância com os protestos contra o aumento das mensalidades iniciados pelos alunos do curso diurno.
