Luís Mondlane, presidente do Conselho Constitucional (CC), renunciou ao cargo, depois dos meios de comunicação social nacional terem publicado o usou ilegal de um pouco mais de 12 milhões de meticais do erário público em doze meses.
Dos vários gastos do presidente do CC os mais destacados foram: aquisição de mobília no valor de 3 milhões de meticais, alcatifa (um milhão), aparelho de TV (223 mil), limpeza da casa (48 mil), entre outros, além de ter exigido aquisição de uma moradia registada em seu nome no valor de 24,3 milhões de meticais.
Entretanto já havia sido criada uma Comissão de Inquérito constituída por três dos setes juízes do Conselho Constitucional para averiguar as denúncias e verificar se os gastos tinham ou não cobertura legal.
Os cibernautas nacionais não ficaram alheios à informação que dá conta da demissão Luís Mondlane. O sociólogo Carlos Serra no seu blogue “Diário de um sociólogo” escreve: “Acabei de receber a informação de duas fontes credíveis de que o presidente do Conselho Constitucional, Luís Mondlane, renunciou ao cargo”.
Noa Inácio escreve: “O Presidente do Conselho Constitucional, Luis Mondlane, colocou o seu lugar a disposição, isto é, pediu demissão (…)”.
E, depois, levanta três questões: “Que consequências tirar deste acto? Será uma forma de reconhecer o seu erro? Que impacto este procedimento terá sobre o inquérito que corre sobre a sua gestão danosa?”.
Enquanto alguns cibernautas felicitam ao presidente de CC pela atitude tomada, outros defendem que é uma decisão sintomática de culpa, pois, “quem não deve, não teme”.
“Eis um homem com cabeça no lugar. Que seja um precedente que reine em Moçambique. O país está avançando em termos de carácter”.
“Aconteceu, isso em Moçambique? Corrupto ou não, há que lhe dar mérito…tem vergonha na cara…Se todos os acusados de corrupção decidem seguir o exemplo de Mondlane, será que ainda resta algum dirigente?”
“Não entendo como é que alguém felicita um indivíduo que delapidou dolosamente dinheiros que não lhe pertencia. Isto não cabe na minha cabeça!”
Mas também há outro grupo de pessoas a defenderem que as outras figuras à frente de órgãos do Estado deveriam seguir o exemplo. Watson Postmortem diz que não basta a renúncia ao cargo, é necessário que seja julgado pelos gastos. “Num país onde reina a pobreza absoluta, aparece um indivíduo a gastar 110 mil meticais em tratamento dentário. Isso é abuso! Não basta renunciar ao cargo, ele deve ser julgado tal como foram julgados os Cambazas, Manhenjes, Munguambes e outros. Chega de impunidade”.