A partir desta semana, o @Verdade irá publicar uma série de artigos que visam deixar os nossos leitores informados sobre os passos dados pela nossa selecção nacional sénior feminina de basquetebol, um conjunto que, como sabem, irá participar pela primeira vez na fase final do Campeonato Mundial de Basquetebol, prova que terá lugar na Turquia entre os dias 27 de Setembro e 05 de Outubro do ano em curso.
Depois de uma temporada de preparação em diversas cidades do país, com destaque para as províncias de Inhambane, Manica e Zambézia, as “Samurais” disputaram, de 22 a 25 do mês em curso, na cidade de Maputo, o Torneio Internacional de Basquetebol, alusivo às festividades do 39º aniversário da independência nacional. A prova contou com a participação de apenas duas selecções, nomeadamente Angola B e Moçambique, depois da desistência, à última hora e por motivos até aqui desconhecidos, de Cuba.
Para surpresa de todos, Aníbal Moreira, treinador angolano e campeão de África, trouxe a Maputo a sua equipa B, ou seja, muito diferente daquela que em Setembro do ano passado ergueu o troféu no pavilhão do Maxaquene. Justificou-se, o técnico, com o facto de estar a preparar uma equipa com os olhos postos no próximo “Afrobasket” sénior feminino, apesar de, igualmente, estar atrás de “sangue novo” para injectar na selecção que, a par de Moçambique, estará na Turquia.
No primeiro dos três confrontos, as “Samurais” tiveram tarefa fácil pela frente e em nenhum momento se sentiram incomodadas com as “Palancas”. Moçambique venceu o primeiro período por 12 a 04, uma vantagem de oito pontos que chegou aos 13 até ao intervalo.
No terceiro período, Nazir Salé decidiu rodar as atletas que não jogaram nos primeiros 20 minutos. A jovem selecção angolana revelou sérios problemas de entrosamento, um defeito que foi bastante explorado pelas “Samurais” que venceram este período por 24 a 17 no agregado.
O quarto e último período foi apenas para a confirmação da hegemonia de Moçambique sobre a equipa B angolana, tendo as “Samurais” vencido pelo resultado final de 70 a 37.
Neste encontro, Leia Dongue foi a melhor marcadora com um total de 23 pontos, enquanto Odélia Mafanela teve o maior número de ressaltos, que chegaram aos 11.
Moçambique volta a derrotar Angola na segunda jornada
No segundo desafio, as angolanas mostraram sinais de maior organização comparativamente ao primeiro. Apesar de as “Samurais” terem sido relativamente superiores em quase todos os 40 minutos – excepto no terceiro período em que estiveram irreconhecíveis – porém apresentando metade da equipa que esteve na ronda inicial, as treinadas por Aníbal Moreira souberam dificultar a estratégia montada por Nazir Salé.
Ao fim do primeiro período, Moçambique vencia por apenas dois pontos de diferença, ou seja, por 16 a 14. No segundo, as angolanas não cruzaram os braços, embora tenham marcado 21 pontos e sofrido 28.
No terceiro tempo, as angolanas obrigaram as suas adversárias a cometer muitas faltas para ganharem lançamentos debaixo da tabela. A estratégia de Aníbal Moreira funcionou e Nazir Salé saiu aborrecido por ver a sua equipa marcar apenas três pontos contra 12 das “Palancas”. Contudo, a selecção angolana não conseguiu conservar a vantagem no derradeiro período e Moçambique deu a volta no marcador ao vencer, ao fim dos 40 minutos, por 46 a 42. Deolinda Ngulela foi a melhor marcadora, com 12 pontos, enquanto Leia Dongue se destacou nos ressaltos (12).
Técnicos satisfeitos com a exibição dos seus conjuntos
Apesar de ter lamentado o facto de a selecção angolana não ter vindo na sua máxima força, o que retirou, na sua essência, a competitividade que se esperava deste Torneio Internacional, Nazir Salé afirmou que as “Samurais” ainda não têm o ritmo competitivo desejável para estarem no Campeonato do Mundo.
Ainda assim, o técnico moçambicano disse que “a equipa técnica está satisfeita por contar com todas as jogadoras pré-seleccionadas neste torneio. Isto ajuda bastante na aceleração do nosso trabalho, antes de irmos ao estágio pré-competitivo fora do país”.
Aníbal Moreira, por sua vez, limitou-se a falar da equipa que trouxe a Moçambique, tendo confirmado que a maioria destas jogadoras não fará parte da comitiva angolana que seguirá para a Turquia. “Estamos a preparar uma revolução na selecção nacional. E este torneio irá ajudar-nos a observar aquelas que merecem formar a base do combinado nacional. Contudo, para o Campeonato do Mundo irá o grupo que venceu o ‘Afrobasket’”.