Há um ano Obama dizia que os Estados Unidos são capazes de mudar, mas no que diz respeito às relações raciais os americanos estão tão descrentes hoje como na década de 60.
“Uma América pós-racial”, prometeu Barack Obama, recémeleito Presidente dos Estados Unidos, exactamente há um ano em Chicago. Mas a esmagadora e histórica votação que pela primeira vez levou um afro-americano à Casa Branca parece ter tido pouca ou nenhuma influência na forma como os norteamericanos encaram as relações raciais e a igualdade entre as pessoas de diferentes cores.
“Se alguém ainda duvidava de que a América é o lugar onde tudo é possível, esta é a vossa resposta. É a resposta dada pelos novos e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, homossexuais, heterossexuais, portadores de deficiência…”, enumerou Obama, em Grant Park, no fim da noite eleitoral.
A realidade, contudo, tomou conta dessa ilusão e revelase bem diferente. A esperança da sua vitoriosa coligação eleitoral, progressista, diversa, multirracial e recheada de minorias, esfumou-se e o país continua dividido – por ideologias, por recursos, por religiões e pela cor da pele. Realidade diferente das intenções. Como revela a última sondagem da Gallup, que desde 1963 tem vindo a perguntar aos americanos se consideram que “as relações entre brancos e negros serão sempre um problema para os EUA ou eventualmente será encontrada uma solução”, só 56% dos inquiridos acreditam que melhores dias virão – apenas um ponto percentual acima das respostas do primeiro inquérito, realizado na sequência da marcha sobre Washington de Martin Luther King.
A 5 de Novembro de 2008, um dia depois da eleição de Obama, as respostas optimistas alcançavam 67%, o valor mais elevado de sempre. “Os números das várias sondagens da Gallup permitem detectar duas tendências no que diz respeito à taxa de aprovação do Presidente Obama: que está em declínio e que é muito diferente entre os americanos brancos e negros”, assinala Melissa Harris- Lacewell, professora de Política no Centro de Estudos Afro-Americanos da Universidade de Princeton.
A investigadora deu-se ao trabalho de ir a um comício com Barack Obama em Newark, no último fim-de-semana, a fim de avaliar a composição da audiência. E constatou que, ao contrário do que verificara durante a corrida presidencial, era muito menos diversa e mais homogénea: “Era, não exclusivamente, mas predominantemente, composta por afro-americanos”, reparou. Harris-Lacewell não estranha “Uma América pós-racial”, prometeu Barack Obama, recémeleito Presidente dos Estados Unidos, exactamente há um ano em Chicago.
Mas a esmagadora e histórica votação que pela primeira vez levou um afro-americano à Casa Branca parece ter tido pouca ou nenhuma influência na forma como os norteamericanos encaram as relações raciais e a igualdade entre as pessoas de diferentes cores. “Se alguém ainda duvidava de que a América é o lugar onde tudo é possível, esta é a vossa resposta. É a resposta dada pelos novos e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, homossexuais, heterossexuais, portadores de deficiência…”, enumerou Obama, em Grant Park, no fim da noite eleitoral.
A realidade, contudo, tomou conta dessa ilusão e revelase bem diferente. A esperança da sua vitoriosa coligação eleitoral, progressista, diversa, multirracial e recheada de minorias, esfumou-se e o país continua dividido – por ideologias, por recursos, por religiões e pela cor da pele. Realidade diferente das intenções Como revela a última sondagem da Gallup, que desde 1963 tem vindo a perguntar aos americanos se consideram que “as relações entre brancos e negros serão sempre um problema para os EUA ou eventualmente será encontrada uma solução”, só 56% dos inquiridos acreditam que melhores dias virão – apenas um ponto percentual acima das respostas do primeiro inquérito, realizado na sequência da marcha sobre Washington de Martin Luther King.
A 5 de Novembro de 2008, um dia depois da eleição de Obama, as respostas optimistas alcançavam 67%, o valor mais elevado de sempre. “Os números das várias sondagens da Gallup permitem detectar duas tendências no que diz respeito à taxa de aprovação do Presidente Obama: que está em declínio e que é muito diferente entre os americanos brancos e negros”, assinala Melissa Harris- Lacewell, professora de Política no Centro de Estudos Afro-Americanos da Universidade de Princeton.
A investigadora deu-se ao trabalho de ir a um comício com Barack Obama em Newark, no último fim-de-semana, a fim de avaliar a composição da audiência. E constatou que, ao contrário do que verificara durante a corrida presidencial, era muito menos diversa e mais homogénea: “Era, não exclusivamente, mas predominantemente, composta por afro-americanos”, reparou. Harris-Lacewell não estranha